Ainda mais quando o foco são bebês e crianças. Gente, nunca
pensei que um dia me veria escrevendo um post assim. Sim, eu sou conhecida por
ter opiniões fortes e ser um pouco incisiva demais ao expressá-las, mas não
quero que o Palpiteca seja um canal para isso.
No entanto, hoje de manhã, ao passar os olhos pela minha
timeline pessoal, vejo um post de uma mãe – que eu não conheço – sinalizando que
já havia furado a orelha da filha na saída da maternidade. Porém o brinco
machucou a bebê, ela tirou o brinco para trocar, o furo fechou e agora “precisava”
furar de novo, por conta de um evento importante. Se já machucou uma vez, por
que “precisa” submeter a pequena a uma possibilidade de machucar de novo?
Eu demorei pacas para furar a orelha da Oli. E sim, eu
ficava incomodada toda vez que alguém a confundia com um menino, mas faz parte.
Bebê é bebê e eu tinha dó.
Todo mundo dizia, “mas você TEM que furar” ou “fura agora
que ela não sente, porque depois é pior” e por aí vai. Mais que ter dó, a Oli
reagia a muita coisa, era super sensível. Eu não queria arriscar o desconforto.
Só furei quando ela completou 7 meses e parecia super bem. Ela não chorou, como
disseram que choraria. O furo não inflamou, nem o brinco machucou. Ufa.
Mas depois de furar, eu passei a ficar tensa. Toda vez que
ela tirava uma soneca, lá ia eu conferir se o brinco não tinha enroscado em
alguma coisa (a Oli se mexe demais enquanto dorme.... é quase uma ginasta em
plena atividade, só que dormindo). E toda vez que ela chora no berço, a
primeira coisa que me passa na cabeça é isso. Ainda bem que até hoje nada
aconteceu.
Eu também tinha dó de grudar laço na cabeça dela. Um dia eu
tinha um evento e cedi. Lá fui eu grudar um laço. E quem disse que a noite o
bendito saiu facilmente, como me disseram que sairia? Ele grudou na penugem que
ela tinha e foi preciso muito óleo para descolar aquela coisa. Nunca mais.
Aí eu resolvi tentar a faixa. Tem umas que são ótimas e não
machucam nada. Mas tem outras que apertam e marcam a cabeça dela (ela tem uma
cabeça mais avantajada). Se eu me incomodo de usar coisa apertada da cabeça,
por que vou forçar a Oli a fazer o mesmo?
Agora que ela tem bastante cabelo, de vez em quando, até uso umas fivelinhas
para bebês, mas sempre fico de olho. Enquanto estou por perto eu deixo a
fivela, se saio de perto a fivela vem junto. E isso, mesmo antes daquele
episódio da bebê que morreu porque uma fivelinha estacou no esôfago dela. Morro
de medo!
Sapato então, basta eu colocar para ela tirar e colocar na
boca. Ela acha que sapato é mordedor. Ainda mais se está calor. Nada de sapato.
Vai descalça mesmo que é mais gostoso. (Até no batizado ela ficou descalça.
Porém, foi porque na correria eu esqueci mesmo e aposto que ela adorou.)
Ai paro e penso: Gente, de onde vem essa “necessidade” de o
bebê ou a criança “ter” que estar sempre impecável? Aqui é uma opinião MINHA,
mas acho que bebê e criança tem mesmo é que estar confortável. Já basta o
desconforto que é nascer e se desenvolver. Bebê tem que estar à vontade para
brincar, se divertir e aprender.
Roupas cheias de frufru, de botões, zíper e afins, até
entram no guarda-roupas dela, mas dificilmente saem para passear. Em casa a Oli
passa o dia de body e se está muito calor, só de tapa-fralda. Se vamos sair eu
até arrumo ela um pouco, mas sempre de forma confortável.
Aí vem gente que diz: "se você não acostumar ela desde
pequena, depois será mais difícil."
Mas quer saber? Depois é depois. Aí, lá na
frente eu me preocupo como resolver.
Enquanto ela estiver confortável e feliz, eu também estou.