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sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Erros de uma mãe de primeira viagem: Parte II

Eu disse que não faltaria assunto nesse tema, não é mesmo? E hoje o foco é a alimentação. Não, não vamos mais falar de amamentar ou de oferecer mamadeira. A Oli já começou a fase das papinhas. Eeeeee!

Ou não.

Eu explico. Sabe aquela visão super romântica que temos sobre a primeira papinha, do bebê se lambuzando, abrindo a boquinha querendo mais? Aqui não rolou.

Por conta da alergia alimentar (ai, ai... sei lá quantas frases já comecei assim, mas faz parte), a Oli não começou no tradicional suquinho de laranja lima, e depois foi pras frutinhas. Não teve essa transição gentil. Não, não.

Aqui o esquema foi intenso. Começamos logo de cara com papa salgada. E para conter as reações, a introdução alimentar da Oli prevê o teste de cada alimento novo por um mínimo de 4 dias. Dando certo, entra outro ingrediente.

A Oli começou com papa de chuchu. Como ela está indo bem, nessa 3ª semana de introdução alimentar já estamos no chuchu, com arroz e frango, e possivelmente teremos mandioquinha logo mais.

Então vamos lá. Meu primeiro erro foi me iludir acreditando na cena romântica dela provando a primeira papinha. Tinha até minha mãe junto, para filmar e fotografar a experiência.

E aí vem o erro que provavelmente descambou tudo: eu resolvi preparar a papa na hora. E queria ser eu a fazer a primeira papa (Aliás, continuo sendo eu. Não delego mesmo). A gastro disse: “você vai colocar 1 chuchu descascado e picado para ferver em 250 ml de água e deixar lá até a água quase secar o chuchu ficar bem macio para amassar com o garfo.”

Gente, não sei bem o que houve, mas o chuchu não amolecia o suficiente. A água secava e o chuchu lá, firme. Ai eu colocava mais água e esperava... Bom, nisso passou da hora dela de mamar/papar e tive que encarar a fera. Então, a dica aqui é preparar a papa de véspera e só aquecer um pouco antes.

E enquanto eu preparava o papá, não me ocorreu de já montar o cadeirão, separar o babador e o paninho pra limpar a sujeira que seria feita com certeza. Mais tempo perdido.

Aí, com ela impaciente, fui eu tentar dar o papá. Ela estava com fome e para ela, fome se mata com mamadeira. E lá vinha a mãe maluca com uma colherinha com um negócio que ela nunca viu tentando colocar na boca dela.

Lá pela terceira tentativa ela abriu o berreiro. O que a mãe fez? Apelou pro mamá. Preparei o mamá, ela toda ansiosa achando que ia mamar e aí, qual foi a pegadinha? Tentei dar o mamá na colherinha para ver se ela entendia o que fazer.

Não façam isso, minha gente. Fazer pegadinhas com a comida dos pequenos é muito golpe baixo. Porém, a mãe ansiosa aqui nem se deu conta e errou de novo.

Mais choro.

Outra dica é: não aproveitem a boca aberta pelo choro para tentar dar o papá. Das duas uma: ou o bebê cospe tudo em você ou ele engasga. Nenhuma das alternativas é legal.

E eu não consigo ver ela chorando muito tempo. Então a primeira tentativa foi um grande #fail.

No 2º dia, munida dos aprendizados da primeira tentativa, foi melhor. Sentei ela para comer com 30 minutos de antecedência à hora do mamá. Ela chegou a comer meia porção. Mas ai, entendi outra coisa: o lugar onde o bebe vai estar enquanto come tem que ser confortável. E o cadeirão dela, não era.

Além do revestimento plástico ser quente pacas, e no calor que fazia naquela semana piorava tudo, o cinto do cadeirão tensionava muito no tórax dela.

No 3º dia já coloquei ela na cadeirinha que ela ama ver tv e ela papou o prato todo. Porém, já li que desde pequenos as crianças devem fazer as refeições à mesa. E continuei quebrando a cabeça, porém enquanto isso, ia na cadeirinha mesmo.

Aqui vale uma emenda: no 4º dia ela comeu tudo, porque o papai dela deu o papá, com a maior calma do mundo.

No 7º dia me deu o estalo: eu tinha comprado na Amazon um negócio chamado Tot Seat. Basicamente é um pano com ajustes para ser amarrado na cadeira (qualquer cadeira) que prende o bebê de forma segura para ele poder fazer as refeições. Instalei o treco no cadeirão e deu certo. Finalmente ela passou a comer tudo sem reclamar. Bom, não sei se foi só isso, ou se o fato de o papá ter passado a ter arroz ajudou também.

aqui ela está sem o tot seat. tinha improvisado com uma toalha antes de lembrar dele.

O Tot Seat é super prático, vem com uma bolsinha e dá para levar na bolsa. Aí, mesmo em restaurantes que oferecem cadeirões (que não parecem muito seguros) é só usar o tot seat e fica tudo certo.

esse é o tot seat!

Agora finalizando a aprovação desses 4 alimentos vamos pra próxima etapa. Mais 4. E as frutinhas ficam mais pro fim, quando tivermos uma boa gama de alimentos aprovados.

No fim, tudo parece estar dando certo. Vamos acompanhando...

Como foi a experiência de vocês com o primeiro papá?

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Coisas que aprendemos na marra

Quando a gente diz que quer engravidar, ou mesmo fica grávida todo mundo só tem coisas bacanas para nos dizer. Dizem que ser mãe é a melhor coisa do mundo (e é mesmo).
Aí, a gente pergunta das coisas difíceis sobre ser mãe e o máximo que nos dizem é: “Ah, você vai passar a dormir menos”, ou “Aproveite para sair bastante agora, porque depois é mais difícil”... Então, a gente pensa que com a gente vai ser diferente, e que mesmo que seja só isso, a gente dá conta.

E não é só isso, não.

O que ninguém conta pra gente é que:

1. Mesmo tendo ajuda em casa, o tempo parece não render para nada. Principalmente nos 3 primeiros meses. A gente planeja fazer um monte de coisa, mas não consegue. Um dia é porque o bebê está com o sono irregular, outro é porque ele quer ficar no colo, outro é porque está demorando mais que o normal para mamar e por aí vai. Eu ainda sou super controladora e gosto de fazer todas as coisas da Oli sozinha, aí o tempo rende ainda menos. Então, aproveite bem o tempo livre e valorize os momentos nos quais você não tem absolutamente nada para fazer.

2. Aquela história de “aproveite para dormir enquanto o bebê dorme” é balela. Não conheço uma mãe que tenha conseguido fazer isso à risca. Até porque, quando o bebê dorme é a hora que temos para checar e-mails, olhar as redes sociais – e postar mil fotos fofas do bebê, ir ao banheiro, tomar banho, comer, retornar ligações perdidas, arrumar as coisas e por aí vai. Ah, vigiar o sono do bebê também ocupa espaço nessa agenda apertada. Então, se alguém te disser isso, apenas sorria, balance a cabeça e siga em frente.

3. Quando o bebê nasce, a gente parece se tornar invisível – para os outros e não para o bebê, que sente nossa presença mesmo que na sala ao lado. Isso porque ele é adorável, e vira o centro das atenções. Principalmente dentro da família. Aí, quando você chega com o bebê na casa da família, todo mundo corre para dar atenção ao bebê, e esquecem de te dar oi, perguntar se você está bem. E as conversas passam a girar em torno dos assuntos: sono do bebê, alimentação do bebê e fezes do bebê. Sim, falar de coco, mesmo durante as refeições passa a ser normal. E no começo você nem vai se importar, mas passado um tempo, começa a cansar e você também quer ter conversas de adulto, falar de política, falar da novela ou falar de qualquer outra coisa... E vai se sentir mal por isso.

4. Tem dias que parecem o “dia da marmota”. Sim, você passa dia após dia achando que está vivendo exatamente a mesma coisa. E fica com a sensação de que nada do que fez é importante ou vale ser contado durante o jantar, afinal, todo dia é “igual”. Isso passa, lá pelo 4º mês.

5. Nos dois primeiros meses, a vaidade sai de férias. Você pode passar o dia de pijama e nem perceber. Também é possível que você esqueça de escovar os dentes ou escovar os cabelos e só vai perceber quando chegar uma visita de última hora.

6. Amamentar é muito gostoso, uma vez que se tenha pegado o jeito. Até lá, é difícil pacas. Sim, há mães que parecem ter sido feitas para isso – e se for o seu caso, não faça parecer tão fácil, pois magoa a outra mãe - , mas outras pobres mortais, como eu, apanham no começo. No início é desconfortável, a gente fica insegura se o bebê está mamando o suficiente, o leite vaza, o cheiro do leite gruda na gente, o bebê dorme no meio da mamada (quando deveria dormir no berço para você poder fazer suas coisas)... Porém, no fim compensa.

7. Desmamar é ainda mais difícil. No caso da Oli tivemos que desmamar de sopetão, por conta da alergia alimentar. Mesmo com uma dieta rigorosa, ela não estabilizava e eu estava exausta de vê-la desconfortável. Aí, passamos ela pra fórmula de um dia pro outro. Eu sofri não apenas emocionalmente, mas fisicamente. Aliás, dica: se por qualquer motivo precisar desmamar seu bebê, sem que ele o esteja fazendo naturalmente, faça o desmame gradativamente. Eu tive até que tomar anti-inflamatório, por mais de 1 semana. Mas passou, o leite secou e o peito também.

8. Tem vezes que a gente sente que está sozinha. Principalmente no comecinho, o sentimento de solidão acompanhado de alguma tristeza pode aparecer. Mesmo que você tenha ao seu lado a melhor companhia de todas, a do bebê. Conforme ele começar a interagir mais com você, estes momentos tendem a rarear.

9. Ainda que tenhamos o enorme privilégio de desfrutar exclusivamente do dia a dia do bebê, a gente pode ter momentos nos quais achamos tudo muito injusto. Sim, porque no fim é a mãe que abre mão de muita coisa para ser mãe, mesmo que tenha ajuda. Isso porque, tem muita coisa que só nós mães podemos/sabemos fazer, até por conta do intensivão dos 4 meses. O pai vai continuar indo a happy hours, viajando a trabalho, praticando esportes e a mãe acaba colocando tudo em 2º ou 10º plano pelo bebê.

10. O primeiro filho é como um vazamento “oculto” de dinheiro. O dinheiro não rende, tem sempre coisa que precisa ser comprada e mesmo com muito planejamento, imprevistos acontecem. E aí, quem acha que foi muito esperto e comprou tudo da lista de enxoval mais famosa que circula pela internet percebe que não fez tão bom negócio. Afinal, cada bebê é um bebê, com necessidades específicas. E aí, corre vc pra comprar um monte de coisa nova para se adequar à realidade do seu bebê e aquelas lindas e “indispensáveis” do enxoval ficam de escanteio. (ainda faço um post sobre isso...)

11. A gente faz o nosso melhor pelo bebê e sempre vai aparecer alguém para te dizer como fazer diferente e melhor. Também vão cruzar o seu caminho as super mães, com seus bebês perfeitos que dormem a noite toda – inclusive, que adormecem sozinhos no berço – e não choram para nos fazer sentir absolutamente inábeis. E isso incomoda além da conta.

12. Mesmo quem sempre teve a melhor das memórias, passa a sofrer com esquecimentos recorrentes. Aqui, uso o discurso do meu obstetra, quando me queixei que eu andava esquecida, durante a gravidez: Isso não é verdade. A gente apenas passa a ter coisas mais importantes para pensar e lembrar. Acho que a privação de sono também exerce influência. (Falando sério, eu não sei o que aconteceu com a minha memória. E quem me conhece de antes de engravidar sabe que ela era excepcional. Agora vivo esquecendo tudo)

13. Algumas pessoas vão te dizer algo como “Nossa, você parece exausta!” achando que isso é um elogio à mãe dedicada. Eles não pensam nem por um instante que você pode entender algo como “Nossa, como você está acabada!”. Então a gente tem que aprender a abstrair. Deste e de muitos outros comentários que vamos ouvir.


14. Alguns amigos somem depois que a gente tem filhos. Principalmente os amigos que não estão nesta fase, nem perto. Isso porque a gente acaba tendo mais dificuldade para sair como antigamente. Minha dica aqui é tentar substituir os jantares fora e baladas, por almoços fora e jantares em casa, com os amigos.

15. A gente vai pagar peitinho inúmeras vezes, sem querer (não estou falando de amamentar em público) ao pegar no colo, abaixar, falar ou brincar com o bebê, e ninguém vai ter coragem de te avisar. Então, a dica é: evite decotes, camisas de botão sem uma regata por baixo ou blusas com a gola mais solta.

Este post (ultra mega longo) pode parecer meio negativo, mas não é. Este é um post humano, escrito por uma mãe de primeira viagem muito realizada para dizer que ser mãe é bem difícil.

A gente tem pressa para que tudo passe logo e depois fica morrendo de saudades. Isso é verdade. Eu não tenho saudades dos 3 primeiros meses, pois foram super difíceis. Porém, tenho saudades dela bem pequenininha, dela aninhadinha no meu colo para dormir ou para mamar, entre outras coisas. E dizem que no fim a gente esquece das coisas difíceis e apenas sente saudades. E aí vem a vontade do outro filho. Aqui em casa isso ainda não aconteceu... (ufa!)

Então, basta se preparar para a jornada e aproveitar cada instante, bom e ruim, e tudo que essa vivência tem para nos ensinar sobre sermos humanos.

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Antes e Depois do Bebê: o Quartinho

Gente, eu já falei aqui sobre a quantidade de tralha que a gente acumula com a chegada do bebê, mas tem gente que duvida, acha exagero. Aí, eu vejo aqueles quartos de revista lindos, organizados, sem nenhuma tralha e fico imaginando como eles são realmente - no dia a dia - ou como ficarão com a chegada do bebê.

Então hoje temos um post antes e depois para vocês verem.

Embaixo a foto de antes da Oli nascer, com o quarto todo arrumadinho.


Agora uma foto do quarto em pleno uso, com a Oli chegando aos 6 meses. Vale dizer que o quarto dela é onde ela passa a maior parte do tempo, seja dormindo, seja brincando, até porque a gente não gosta muito de tralha espalhada pela casa - já basta o carrinho e o cadeirão na sala. (a foto está meio distorcida, pois usei o recurso panoramica do iPhone)





Esse parece o jogo dos 7 erros, mas no caso são muuuitos "erros". Depois que ela nasceu, percebemos que precisaríamos fazer algumas adições.

- Aquecedor e tapete: porque o quarto dela é muito frio em dias frios. (e quente demais em dias quentes)

- Umidificador: porque com o tempo seco que vinha fazendo era fundamental ter

- Sonzinho: para embalar as noites com melodias suaves e acompanhar as atividades do dia.

- Garrafa térmica: porque não dá pra no meio da madrugada descer para pegar água morninha pro mamá dela. (quando ela mamava no peito era mais fácil)

- Cadeirinha 2 em 1: para dar um descanso pros braços e costas da mamãe e entreter a pequena.

- Pula-Pula: a partir dos 4 meses ela só queria saber de pular no nosso colo. Com 5 resolvemos montar esse pula-pula que era do meu sobrinho e ela ama.

- Tapete de atividades: para não ficar naquela chatice de sempre pedir para tirarem os sapatos ao entrar no quarto, é nesse tapete que ela deita, rola e baba à vontade.

- Móbile no berço: ela ama. Com musicas relaxantes, ligo antes dela dormir e logo que acorda para ganhar um tempinho, com tranquilidade.

- Caixa de brinquedos: porque eles vão se acumulando e é bom ter onde guardar.

- Suporte da banheira (que está guardada embaixo da cama): preferimos dar o banho no quarto, onde temos toda a estrutura de trocador, aquecedor e roupinhas. (depois faço um post só sobre isso)

- Saquinho de pano para chupetas: como ela tem mania de deixar as chupetas cairem no chão, esse saquinho que fica preso no móvel é excelente. Esterilizamos e guardamos la, onde fica sempre à mão.

- Na bandeja do Kit higiene além de cotonete, algodão e água, agora também tem bombinha para nariz, vitamina D, ferro, álcool 70 e soro fisiológico. E na bancada, além do trocador e porta-fraldas há um pote com acessórios como seringas e dosadores e duas pilhas de fraldas, uma pro trocador e outra para secar o bumbum da Oli nas trocas de fralda.

- Cesto de roupas sujas: simplesmente precisa e de preferência ao lado do trocador.

- Livrinhos de história: procuro ler no final do dia para acalma-la. Ela já "cansou" dos que temos e vou precisar repor o estoque.

- Mochila do bebê: acabei me adaptando mais à mochila que à bolsa. Deixo à mão para acessar e repor facilmente toda vez que precisamos sair.

- No quarto do casal está montado o quadrado, onde ela está começando a brincar agora que está ensaiando ficar mais tempo sentada sem ajuda.

Acho que não esqueci nada. 

Gente, é um serzinho pequenininho, mas além de demandar muita atenção, ocupa um super espaço. Sorte a nossa de a casa ser antiga e o quarto ser maior do que o normal...

E claro que dá pra ter um quarto com muito menos coisa e mais organizado. No entanto, esse é o jeito que eu e a Oli nos adaptamos melhor.

Agora tenho que dar uma geral aqui. Até o proximo post.