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terça-feira, 13 de dezembro de 2016

O que aconteceu com o desfralde?

E aí, um belo dia a sua filha diz para você que não quer fazer xixi na fralda e sim no penico. Você comemora - porque sua pequena cresceu, porque não vai mais precisar garimpar o melhor preço de fralda da cidade, porque não vai mais gastar dinheiro com xixi e coco (literalmente) - e leva a pequena ao penico.

Além disso, se mune de muita literatura para ajudar no processo.

No primeiro dia, corre tudo bem. Em casa e na escola, nenhum escape.
No segundo dia, dois escapes de xixi.
No terceiro dia, dois escapes de coco.

No quarto dia, você se espanta com a autonomia da pequena que sente a vontade apertar e vai sozinha no penico e só te chama para limpar.
No quinto dia, a maravilha se repete.
No sexto dia, escape de coco na escola. E aí a massa do bolo começa a desandar.

No sétimo dia, você percebe que o intervalo de 1h em 1h do xixi, vira 3h. E estranha. Não é possível que uma bexiga do tamanho de uma noz consiga acumular mais de 300ml de líquido.

Aí, você tenta retomar a rotina. Lembra do penico. Pergunta se não está com vontade. Leva todos os bichos de pelucia e bonecas para usar o penico, mas a criança não quer. Ela fica até brava com a insistência.

No oitavo dia, tudo se repete. Com um agravante de febre ao final do dia.

No nono dia, tudo igual ao oitavo.

No décimo dia, nada de febre, mas em um evento de final de ano você percebe que a pequena não faz xixi há 3 horas e se contorce toda. Tenta levar no banheiro e nada. E desde o escape do coco, nada de coco. E aquela barriguinha só cresce. E o desconforto também.

O que fazer? Ir embora para casa e recorrer à fralda e um supositório para aliviar o desconforto da prisão de ventre.

Xixi e cocô liberados. 

No dia seguinte, a pequena não quer a fralda. Você atende. Porém, vê que ela não quer fazer nem xixi nem cocô no penico. E vê que o sofrimento do dia anterior volta com força total.

Aí, gente, vem o pior. Sua filha reclama de dor da "pepeca". Nem banho quente ajuda a aliviar o desconforto. E vem choro, vem dor, e nada de xixi e cocô.

Numa dessas, você liga pro pediatra para pedir orientação e sai correndo com a filhota pro PS. 

Lá, depois de conseguir resolver o desconforto, oferece - por sugestão do médico - a fralda novamente. A pequena aceita.

E você, que começou o desfralde toda contente e orgulhosa, pensando que não é o bicho de 7 cabeças que todo mundo diz, se encontra tendo que rever todo o processo e tentando entender onde foi que o caldo entornou.

O "você" sou eu - mas poderia ser você. 

E o que eu entendi nesse processo todo é que mesmo sem querer, a gente acaba botando muita pressão para que os filhos superem determinadas fases. Por conforto, por orgulho, por vaidade, por comparação, e também por querer que eles tenham uma autonomia ou uma evolução que às vezes não estão prontos para ter.

Me doeu ontem ver o sofrimento da Oli. Me doeu ouvir ela dizer que "queria ser grande", mas que ainda é pequenininha. Uma criança de 2 anos e 8 meses, que sim, ainda é pequenininha.

E gente, isso é uma coisa tão boba... porque sim, eu sempre falo que ela está se tornando uma mocinha. Quando resolveu que queria usar calcinha, foi uma festa na família. Todo mundo celebrando que ela era menina grande. E isso, no mínimo, gerou alguma tensão para ela. 

O escape do cocô na escola, na minha percepção, foi quando a coisa desandou. Ela ficou com vergonha. E para não escapar mais, ela segurava. E perdeu a mão.

E a médica que nos atendeu deu o mesmo parecer. E o mais triste: disse que isso é muito comum, e que por sorte não evoluiu para uma cistite.

Acho que vale parar e refletir. 

Cada criança tem seu tempo. E cabe a nós - adultos - respeitar esse tempo. 

SEMPRE. 

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

E não é que eu consegui?

No último post eu desabafei falei sobre as dificuldades de uma mãe voltar ao mercado de trabalho. Note, eu disse voltar e não continuar trabalhando. Aqui eu escrevo sobre o que eu vivo, e a minha experiência é essa:

Engravidei da Oli enquanto me aventurava como empreendedora de um estúdio de conteúdo, tive a Oli, ainda empreendendo, não consegui balancear as duas coisas e virei mãe/dona de casa período integral. Uma vez que a Oli começou na escola, eu senti que era hora de eu voltar pro mercado.

E gente, eu consegui! Eu contei com o apoio de gente querida que confiou em mim e me indicou para um trabalho que eu nunca achei que fosse dar certo – para mim. 

Resultado: estou amando!

O trabalho é muito bacana, pois conheço pessoas muito interessantes, gente engajada em realizar mudanças efetivas no país. Também é bacana, pois trabalho em um sistema mais flexível. E mais bacana ainda porque me sinto produtiva! No entanto, é algo temporário. Ainda assim, sigo muito comprometida e focada e fazer o melhor trabalho possível.

E aqui vai minha percepção: o esquema flexível é muito bacana para quem é organizado. E funciona melhor ainda se você tem uma estrutura de apoio que te ajude em emergências. 

Porque aqui em casa, eu optei por não contratar babá ainda. Como o contrato é temporário, não achei que valeria montar uma estrutura, passar pela adaptação e trazer para a vida da Oli uma pessoa que poderá não ser necessária em um futuro bem próximo. Isso fica para as cenas dos próximos capítulos.

Até porque, aqui em casa rola uma divergência: babá ou escola integral?

Nesse meio tempo, as avós têm sido incríveis e a moça que trabalha aqui em casa também dá uma força como pode. Até porque, com esse tempo de louco a Oli já ficou doentinha 2 vezes, tendo que faltar à escola. Aí, só tendo alguém ficando em casa com ela mesmo, uma vez que os meus compromissos não poderiam esperar.

Ai, gente, como é gostoso assumir novas responsabilidades, conhecer gente nova, ter assuntos diferentes...

E sim, como é desafiador! Porque a Oli passou a me demandar muito mais. As rotinas e necessidades da casa se mantem. E eu me desdobro para dar conta de tudo. E mesmo super cansada, estou muito satisfeita.

E espero que todos que em algum momento se sentiram como eu, no meu post passado, possa voltar aqui e me contar a sua história de sucesso.


Boa sorte, pessoal!

terça-feira, 2 de agosto de 2016

A volta para o mercado (ou a tentativa de)

Fato: Na vida nada é fácil. Nada vem de graça. Nada vem sem algum esforço ou sacrifício.

Te falo que a maternidade, pra mim, é uma das experiências mais recompensadoras que existe, porém também não é fácil. Isso porque muitas vezes há momentos que eu sinto estar passando por uma fase ingrata. Afinal, a maternidade é uma experiência mega complexa construída por fases. E toda fase passa. E cada fase superada deixa um aprendizado.

E a fase em que me encontro atualmente é a de tentar voltar ao mercado de trabalho formal, após 3 anos “ausente” (sim, porque nesse tempo eu continuei tocando meus freelas e projetos de conteúdo, mas parece que isso não conta muito), e conseguir conciliar isso com a Oli.

As mães que trabalham vão ler isso e dizer: eu faço isso todo dia. Dá para ser feito.

E eu acredito. De verdade. Senão, não estaria aqui dando minha cara à tapa no mercado. E entendo perfeitamente que o momento não é dos melhores, devido à crise, mas em algum momento eu tentaria voltar. 

Mas antes de voltar ao mercado, a gente passa pelo processo de procura, de seleção e também de rejeição. Se você é uma mãe que resolveu parar de trabalhar por um tempo, para então retomar, vai se identificar comigo.

Conversando com mulheres que se encontram na mesma fase que eu, encontrei uma constante. Não sei direito como funciona no meio coorporativo, mas se ausentar do mercado de trabalho para se dedicar aos filhos é visto como um período sabático. Sim, um gap no seu currículo, que parece significar que você ficou em casa fazendo nada por algum tempo.

Meus amigos e recrutadores, a dedicação integral aos filhos é paulera. Falo de aspectos físicos, intelectuais, emocionais e financeiros também. Afinal, sai de cena o salário de um, sem que saia de cena custos extras também. Aliás, os custos extras começam a aparecer e não somem mais. Porque uma vez que você tenha filhos, você passa a lidar com custos extras diariamente.

E para o pai ou mãe que resolveu ficar em casa para lidar e administrar essa nova realidade, nada fácil. Porém, tudo se transforma num gigante aprendizado.

Mas aí que está. O mundo coorporativo não enxerga isso.

Eu comecei a participar de processos seletivos recentemente. Enviei muitos currículos, e obtive algo próximo a zero retorno. Retorno mesmo, eu obtive de vagas para as quais fui indicada. Nas entrevistas, minhas e de amigas que me relataram o mesmo, a mulher com filhos é sabatinada com um questionário padrão:

- Quantos filhos você tem?

- Quantos anos tem seu(s) filho(s)?

- Quem cuida dele(s)?

- Você tem uma estrutura de apoio para seus filhos (escola, babá, parentes, clube, etc)?

- Como é a sua disponibilidade, digo, se precisar trabalhar horas extras ou viajar, como você se adapta?

- Você tem pique para trabalhar?

- Você pretende ter mais filhos?

E tenho certeza de que há outras perguntas que são feitas por aí. Chega a ser invasivo, para dizer o mínimo.

É como se de repente, tendo um filho você deixasse de ser apta ou mesmo adequada para a função. Desconsidera-se toda a sua bagagem acadêmica e profissional, porque você parou algum tempo para cuidar dos seus filhos.

(Tem inclusive alguns vídeos muito legais jogando uma luz sobre o tema. Finalmente!)

E o curioso é que nunca essas perguntas são feitas para um pai. Inclusive, raras sãos as vezes que um homem é questionado sequer sobre ter filhos ou plano de tê-los. E nem vou me alongar muito aqui: é algo histórico. Se a criança fica doente, quem falta no trabalho geralmente é a mãe.

A preocupação com a contratação de mulheres começa na intenção dela de ter filhos e continua mesmo após ela tê-los, cria-los e encaminha-los em alguma estrutura de cuidado/educação. Se você é uma mulher tão apta para uma vaga quanto um candidato homem, normalmente, quem fica com a vaga é o homem.

Do lado das empresas eu também entendo: é caro custear licença maternidade. É caro ter mais gente no plano de saúde. É caro ter alguém que vez ou outra terá que faltar para dar conta dos problemas com os filhos. Porém, é muito mais caro ter gente inadequada para o trabalho. E para conter esse custo, vale dar uma revisada no padrão atual de contratação.

As Mães que querem voltar ao mercado de trabalho tem muito mais fôlego do que as empresas podem imaginar. Pelo menos a grande maioria tem. Eu te garanto.

E se a sua empresa estiver procurando alguém para a área de comunicação e/ou marketing, me chama para conversar ;-)

Eu tenho quase 15 anos de experiência no mercado, entre empresas e agências, e estou com o maior pique para voltar. =)


Quem aí está nessa fase e tem experiências para compartilhar?

sexta-feira, 24 de junho de 2016

Por onde andamos...

Verdade, ficar ausente desde março não é legal. Eu não tenho aparecido aqui para contar nossas ultimas novidades, o que andamos fazendo, quais as minhas novas neuras... 

Não sei se vocês sentiram nossa falta, mas resolvi voltar.

Nesses 3 meses que passaram a Oli passou a amar a escola, completamos 7 anos de casados, tivemos o aniversário dela e o meu (e estourei o orçamento da família com isso), resolvi que preciso voltar a ser financeiramente produtiva (só não sei como), minha avó completou 99 anos de vida muito bem vivida, a Oli nos deixou de cabelos em pé por duas semanas tendo dificuldade para dormir, uma amiga querida que tentava há anos ter filhos, finalmente realizou seu sonho, outra amiga querida deu boas vindas ao seu segundo bebê e minha melhor amiga teve uma linda bebezinha (como é lindo ver os amigos construindo suas próprias familias e nos ajudando a expandir a nossa), tivemos a primeira festa junina da escola da Oli (na qual ela não quis dançar), a Oli desenvolveu uma paixão pelo desenho Frozen - e princesas em geral,  entre muitas outras coisas...





E por mais que eu sempre quisesse vir aqui contar essas coisas para vocês, não conseguia me organizar para isso. Não por falta de tempo. Por falta de organização, pura e simples.

Essa coisa de organização é uma coisa séria. Porque sabendo se organizar dá até para tentar abraçar o mundo, sabe? Infelizmente, esse ainda não é um dom que consegui desenvolver. 

Quando eu trabalhava em agência eu era reconhecida por ser excepcionalmente bem organizada. Era até motivo de brincadeiras entre os colegas. E lembro de um ex-chefe brincando comigo (logo que casei) que eu precisava ter filhos para ver se dava uma bagunçada na minha vida um pouco, pois isso me faria bem (demorou uns 5 anos para isso acontecer, mas aqui estamos).

Lembrei disso hoje, quando às 10h30 da manhã eu estava colocando a Oli para tirar uma soneca - ela já cansada de brincar, alimentada, trocada (vestida de princesa) e de dentes escovados - enquanto eu ainda me encontrava de pijama. E isso é algo corriqueiro. Neste horário ou ainda estou de pijama, ou acabei de tomar banho e trocar de roupa - e não porque acabei de acordar.

Não é algo para se gabar, eu sei. No entanto, é real. e talvez exemplifique a minha falta de organização.

Olha, eu gosto da minha bagunça, sabe?! Eu me encontro nela e faço a coisa de alguma forma funcionar. Porém, estando nesse ciclo há pouco mais de 2 anos, já sinto a real necessidade de mudar.

E esse texto de hoje foi para contar isso para vocês. Também vou preparar mais alguns para manter essa pagina agitada. Mas ó, para isso, conto com a participação de vocês.

um beijo e até mais.

quinta-feira, 10 de março de 2016

Oli vai à escola - a 2ª semana da adptação

Ou também – a semana em que eu me senti um cocô todos os dias. E pelo que tenho acompanhado na minha timeline, tenho tantos amigos e conhecidos na mesma situação, que até me senti um pouco melhor.

Sim, se a primeira semana parecia ter sido uma adaptação gradual e relativamente tranquila, a segunda semana foi terrível.

Para dar o tom, começava pouco antes da hora do almoço o novo mantra “Oli não qué í pa icóla”, que deve ter sido ecoado mais de 100 vezes até a chegada no portão.

A segunda-feira já estava no radar como um dia tipicamente difícil, uma vez que o final de semana foi uma diversão sem fim, ao lado de gente querida. Porém, nada prepara a gente para o choro desesperado, quase que uma súplica para não ser deixada naquele lugar “estranho” com gente “estranha”, acompanhada de uma tentativa desesperada de nos escalar a qualquer custo.

Muito prazer, essa foi a minha segunda-feira da segunda semana de adaptação.

E com o coração em pedaços, segui firme, apoiada pela doçura absolutamente competente da professora. Ai, entra uma questão muito importante: um profissional preparado faz maravilhas. A professora da Oli é uma querida. Ela é um ser iluminado que consegue acalmar e dar segurança tanto à criança em prantos quanto à mãe em frangalhos.

E lá foi a Oli, de mãos dadas com ela, chorando mesmo. Lá dentro ainda demorou para se acalmar. E eu, sentada da recepção, com meu notebook no colo, tentando me manter ocupada. Passados 45 minutos me levaram para ver que estava tudo em ordem. E assim continuou.

A saída foi aquela festinha, com excessos de beijos e abraços. O que apaziguou meu coração. Fim do dia 1, da semana 2.

E no dia seguinte o choro se repetiu. E no outro dia também. E eu ali, tentando ser forte, sorrindo, dizendo que eu estaria ali na hora que ela saísse pelo portão, para mostrar para ela que estava tudo bem. Eis que todos começam a lançar involuntários olhares piedosos para a pitica, acompanhados de inoportunos “tadinha” ou “que dó”. Até aí, eu ia firme. Fingia que não era com a gente. Abraçava a Oli, dava um beijo, me despedia e a entregava à professora.

Eis que alguém resolve soltar a delicada pergunta: “mas você vai deixar ela entrar assim mesmo, chorando?

Gente, eu entendo que ninguém faz por mal. Que ver criança chorando é de dar dó. No entanto, entendam que nessas situações, a mãe talvez precise de muito mais apoio do que a própria criança.

E foi essa pergunta inofensiva que me fez buscar a orientação da escola para saber se eu estava fazendo alguma coisa errada. Contei do nosso ritual da manhã, com atividades tranquilas, da historinha antes da soneca, do almoço – momento no qual eu estava tentando tirar o habito de criar distração para facilitar o processo, da troca de roupa, escolha do lanche, ida para a escola... E estava tudo ok. Exceto por uma coisa: não era hora de criar mais novidades. Ou seja, remover as distrações do almoço nesta fase não fazia sentido.

Além disso, recebi como conselho evitar falar recorrentemente sobre a escola. Devia mencionar a escola e ver como ela reagia. Se fosse negativamente, mudaria o assunto. Isso porque as crianças são espertas e logo percebem o que nos importa ou aflige e passam a testar os limites justamente nesses campos.

Todo dia quando eu ia buscar a Oli, na volta de carro perguntava se tinha sido legal na escola, perguntava de alguma atividade que eu sabia que tinha acontecido e a resposta era sempre a mesma: “Oli chorou na icola. Oli queria colinho da mamãe”. Ai eu mudava o assunto, mesmo com coração apertado.

E todas as manhãs o mantra “Oli não qué í pa icóla” era repetido exaustivamente.

E eu fui seguindo a orientação da escola de tentar criar uma atmosfera agradável em torno da escola. Ela podia escolher qual brinquedo iria com ela, a gente ia cantando as músicas que ela gostava no carro e na porta da escola, mesmo sob o insistente mantra, eu procurava criar uma distração.

No último dia, sexta-feira, o choro finalmente cessou. E eu já estava exausta da semana. Porque acompanhar uma adaptação escolar com uma criança em prantos deixa a gente acabada, emocional, psicológica e fisicamente. Além disso, eu já estava pensando que segunda-feira começaria tudo de novo...

Minha gente, essa coisa de antecipar sofrimento é de lascar, viu?!

E sabe, se por um segundo eu achasse que ela realmente estava tendo problemas com a escola, não pensaria duas vezes antes de entender melhor ou mesmo encerrar o processo. Não era o caso. Todas as vezes que ia espiar (sim, porque tem que ter uma vantagem nesse chá de cadeira da adaptação), eu a via participando. Os feedbacks da professora e das assistentes era positivo. E a Oli mostrou uma super evolução em casa, mesmo em tão pouco tempo. Então, a rejeição em si era pela nova rotina. Pela privação de estar em casa ou no clube, ou fazendo qualquer atividade comigo.

Porém, de todas as experiências, a gente tira algum aprendizado. E há alguns pontos que eu identifiquei como geradores desse stress na adaptação da Oli:

- Ela é muito grudada comigo. Sim, eu sempre cuidei dela integralmente. Por conta disso, recomendo que quem vive a mesma situação que eu procure, se possível, criar oportunidades para a criança ficar sob os cuidados de outras pessoas randomicamente – tios, avós, padrinhos, amigos ou mesmo ajudantes do lar.

- A Oli sempre brincou muito comigo. Sim, ela sabe brincar sozinha numa boa, mas geralmente me solicita muito. Por isso, sugiro levar a criança em locais onde ela possa interagir bastante com outras crianças. E tente acompanhar de longe, para que ela possa se virar um pouco. (eu ainda me policio nisso. Faço o estilo mãe-helicoptero-light que fica muito perto para acompanhar)

- A Oli sempre foi o centro das atenções nas famílias, e tudo é feito à sua vontade. Isso é normal. Ela é fofinha, é pequena e é menininha. Na escola, ela divide a atenção com outras crianças e tem que seguir as regras de lá. Então, vale tentar uma conversa com a família para tentar minimizar esse pronto atendimento a todas as vontades. Quanto mais mimada for a criança, mais dificuldade ela vai ter de se encaixar em um sistema coletivo.

- Evite stress e situações desagradáveis perto do momento de ir à escola. Aqui, o almoço sempre é meio conturbado. A Oli demora para comer, faz a maior bagunça, e não quer saber de carnes em geral. E eu quero que ela coma bem para crescer e se desenvolver. Então a gente acaba tento alguns tropeços nesse momento. E notei: manhã estressante, entrada na escola terrível. Ai, passei a deixar ela comendo no tempo dela. Não quer, não come. E mando um lanche reforçado e no jantar supro tudo o que faltou no almoço. Sim, não é o ideal. E tem dias que ela come super bem e outros que come 1/5 do que deveria. Mas vamos indo.

E se fazendo tudo o que você acha certo, ainda estiver difícil a adaptação, não hesite em procurar a ajuda da escola. A direção, orientação e os professores estão lá para isso.

Acima de tudo, confie em você e encha os pequenos de amor e carinho. Porque só assim é possível passar segurança e criar o ambiente sadio que eles tanto precisam.

Agora, já estamos na 4ª semana de adaptação. Nessas ultimas semanas está sendo feita uma nova transição com a Oli, pois ela se apegou demais à professora e precisa se ligar às assistentes e aos coleguinhas também. É um trabalho delicado e gradual, no qual estamos todos empenhados. 

Posso dizer: as coisas ficam mais fáceis com o tempo. Alguns dias são tranquilos, e outros não. E sempre vale lembrar: é uma fase. E logo passa.


Então, fique firme, fique bem e confie em você.

quinta-feira, 3 de março de 2016

Oli vai à escola - a primeira semana

Então passada a escolha e os preparativos, vem a adaptação escolar. E se tem uma coisa que estou aprendendo é que nesta fase de adaptação nossos filhos podem nos surpreender. A fase de adaptação aqui está sendo um pouco conturbada.

Na escola da Oli há um processo que achei bem positivo para a criança, apesar de cansativa para os pais/responsáveis. Formalmente, a adaptação tem duração de 2 semanas. Começando com 1 hora, aumentando a cada dia e encerrando a semana com o período completo, porém com a presença dos responsáveis em espaço separado. E na semana seguinte as crianças já começam com 2 horas de atividades na escola, no 2º dia passa para três e do 3º dia em diante é o período completo, porém os pais podem sair da escola.

Vou contar aqui da primeira semana.

A chegada é sempre o momento tenso, e eu já vinha me preparando para isso. No primeiro dia, a Oli deu uma travada ao ver aquele monte de gente nova, com algumas crianças chorando. Porém, no nosso trajeto de carro fui falando que iriamos à escola, onde ela conheceria a professora e faria muitas atividades novas, além de conhecer novos amigos. (As palavras “nova” e “novidade” devem aparecer bastante neste post)

Isso foi bom, pois chegando lá ela logo perguntou pela professora e quando a mesma chegou, Oli me deu um beijo e foi para seu colo sem titubear. E aqui vai a dica de ouro que recebi de uma amiga: Se a criança já sabe andar, evite entrar com ela no colo. Na porta da escola já a coloque no chão e entre de mão dada. Dessa forma, na hora que ela for com outra pessoa não se sentirá sendo “tirada” do seu responsável, diminuindo o stress.

No primeiro dia, terça feira, após 40 minutos a Oli pediu para me ver e foi atendida. Isso lhe deu segurança e logo ela voltou para a sala. Nesse dia a convivência foi bem curta, com pouco mais de 1 hora. E a saída dela foi pura fofura. Aliás, tem sido igual todos os dias. Ela sai, me procura e vem correndo me abraçar e beijar. De encher o coração.

Ah, enquanto estamos na escola (pelo menos na escola da Oli), as orientadoras nos levam algumas vezes escondidas para vermos como nossos filhos estão. E isso foi ótimo, pois eu pude ir observando a evolução da Oli em atividade ao longo dos dias.

No segundo dia, quarta-feira, ela chegou na escola mais tensa, pois já tinha experimentado o que iria acontecer. Porém, mesmo com leve resistência, entrou sem chorar. Lá dentro, perguntou por mim, mas logo encontrou algo mais legal para se ocupar, ficando 2 horas.

No terceiro dia, quinta-feira, ela deu um pouco mais de trabalho para entrar, mas foi. E não pediu para me ver. No entanto, se recusou a participar da aula de ginástica e optou por uma programação mais exclusiva, tendo a companhia de uma coleguinha em sala, para desenhar.

Aqui passo para vocês duas preocupações que eu tive e que vocês podem ter também. Essa “opção” da criança por atividades que estão fora da grade é comum. Eu me incomodei, pois procuro estabelecer uma rotina com regras para a Oli, e que mesmo com alguma resistência ela acaba seguindo. Na escola, eventualmente isso vai acontecer. A criança vai se encaixar na rotina e nas regras. Porém, esse começo é a fase de conquista. Ou seja, oferecem aos pequenos mais flexibilidade e mais atividades divertidas para que eles se sintam bem na escola. Não se aborreça se nas primeiras semanas seu filhote estiver em atividades estilo livre enquanto os demais coleguinhas estiverem em atividades coordenadas. Logo tudo entra nos eixos.

A segunda questão que me incomodou foi o surgimento de uma dependência da chupeta. Em casa a Oli nem lembra da existência da chupeta, a menos que esteja indo dormir. Ai, é uma na boca e outras duas nas mãos. Porém, fora de casa, em casa ou mesmo brincando, ela nunca pediu a chupeta. Nessa primeira semana de escola isso mudou. E para qualquer desconforto ela pede a chupeta. Junto com o brinquedo que ela escolhe todo dia para ir à escola, a chupeta virou seu objeto de segurança. E de acordo com a escola isso também passa.

E como já tem muita novidade na vida dela no momento, não vou comprar briga com ela por conta disso. Quando ela pede a chupeta em casa eu a distraio e a faço esquecer. E de noite ela mata as saudades.

E o último dia, sexta-feira, a entrada foi ótima. Ela foi toda animada, ficou fazendo macaquice esperando pela professora, e entrou direitinho. Também não deu o menor trabalho durante o dia. Eu fiquei toda feliz, achando que ela já estava super adaptada.



E na saída, a professora me traz a Oli, diz que foi tudo ótimo, porém que segunda-feira tende a ser mais difícil. E eis que a Oli seguiu à risca a previsão...

Mas isso eu deixo para contar para vocês no próximo post.


E por aí? Como foi a primeira semana de adaptação?

segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Oli vai à escola - Preparativos

Bom, e aquele momento tão esperado chegou: a Oli começou a frequentar a escolinha. E antes de contar para vocês como tem sido nossa adaptação, vale um post com os preparativos para tudo começar da melhor forma possível.

Então vamos à fase pré... Os preparativos!

Tivemos 2 reuniões com a escola antes do começo das aulas. Uma individual com a coordenadora pedagógica e outra com os outros pais para conhecer a professora. Achei bem bacana.

Na primeira reunião, a escola da Oli recomendou – e nós acatamos – que a adaptação só fosse feita após o carnaval, iniciando na terça-feira. Isso por 2 motivos bem coerentes:

Daria tempo de passar aquele caos inicial da volta às aulas e nós conseguiríamos preparar tudo de forma mais tranquila.

Começar a adaptação na escola e depois interrompe-la, poderia gerar stress e nos forçar a ter que começar tudo de novo.

Ai, vem a fase de adaptação à nova rotina:

Uma dica que dou, que eu mesma não cumpri, foi começar a fazer a adaptação da rotina da criança com pelo menos 1 semana de antecedência. No caso da Oli, optamos pelo período da tarde, uma vez que ela acorda depois das ,8 e pode desfrutar da companhia do pai pela manhã. No entanto, a soneca dela sempre foi boa depois do almoço. E eu tive que puxá-la para mais cedo.

Antes ela almoçava as 12:30/13:00 e dormia às 14:00/14:30. Agora, com a escola, ela dorme as 10:30 e almoça às 12:00. Porém, essa nova rotina foi dura de ser colocada em prática. Isso porque o sono também não vinha tão cedo, e para piorar a Oli demora pacas para comer, fazendo a gente chegar sempre atrasada. 

Para fazer ela dormir, na parte da manhã fazemos apenas atividades tranquilas, como massinha, desenhos, quebra-cabeças. Aí, conto uma história bem calminha, com ela já deitada na cama, e saio do quarto. Ela ainda demora uns bons 20 minutos para adormecer. Agora já estamos entrando nos eixos... Ela já está entendendo esse novo padrão. E eu tenho conseguido mantê-lo inclusive nos finais de semana, para facilitar para nós duas.

Para que a Oli se familiarizasse com esse novo momento – a ida para a escola -, 1 semana antes (e não antes disso, porque já me falaram que pode gerar muito expectativa e ansiedade nos pequenos) começamos a falar que ela ia conhecer um lugar novo, a escolinha, onde ela iria aprender muitas coisas novas e legais e faria novos amigos.

Além disso, no dia da reunião de pais nós tiramos uma foto com a professora e passamos a mostra-la para a Oli, falando que aquela moça era nossa amiga e que estaria na escola para fazer muitas coisas legais com ela. Isso foi bem bacana, por no dia 1, a Oli chegou na escola já perguntando pela professora, e foi com ela sem titubear, afinal era um ser familiar naquele universo novo. Nesse processo, vale perguntar o nome dos assistentes de sala e incluí-los nessa apresentação.

A compra dos uniformes também demanda bastante atenção. Isso porque além da diferença de preço entre as confecções, há alguma diferença entre os materiais usados, modelos e também do tamanho das peças.

A Oli, por exemplo, sempre usou o tamanho exato de acordo com a idade dela. Porém, na confecção onde comprei os uniformes dela tive que comprar tudo para o tamanho 1, pois o tamanho 2 ficava enorme (gigante mesmo, estilo saco de batatas). E para economizar tempo, preferi levar a Oli comigo para experimentar o uniforme. Isso foi ótimo. Dá mais trabalho na hora, para ela experimentar tudo, mas economiza muita chateação depois.

Como tudo na escola precisa ser identificado com nome completo, optei pela praticidade de encomendar um kit com etiquetas de um site. Gostei muito! Eu pesquisei os preços e achei o Kit Creche do site Meu Nominho bem justo.

Com tudo providenciado, 2 dias antes do início das aulas eu chequei se faltava alguma coisa e organizei tudo direitinho para diminuir o stress de ultima hora.

Aí, foi só esperar pelo início das aulas. E logo mais eu conto como foi nossa primeira semana! (Já adianto que tem sido bem tumultuado...)


E por aí, como foram os preparativos?

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Oli vai à escola – O processo de escolha

[Aviso: post grande e talvez confuso, pois foi escrito enquanto espero a Oli na secretaria da escola]

Olha, escolher a primeira escola dos filhos é um processo complexo. Ainda mais se você for pai/mãe de primeira viagem e não for da área de educação. Claro, a gente tem em mente quais são os valores que queremos que a escola tenha, porém tem muito mais coisa a ser considerada nesse processo, ainda mais quando eles são tão pequenos e demandam tanto cuidado e atenção.

Já ouvi muita gente dizer que escolinha é um lugar que os pequenos vão só para brincar: de massinha, tinta, areia, etc e que não vale estressar. Que o melhor é colocar na mais perto de casa. E já li muito texto falando da importância dessa experiência para a formação dos pequenos. Então investimos bastante tempo nessa escolha.

A ideia deste post é dividir com vocês como foi a nossa experiência, sem dizer o que é certo ou errado. É apenas um relato.

A gente já partiu do ponto que ela estudaria de tarde. Isso porque, além de eu ter a disponibilidade para ficar com ela em meio período, ela costuma acordar depois das 8 da manhã e aproveita 1h30 a 2h da manhã na companhia do pai, que tem alguma flexibilidade de horário.

Para seguir com nossa escolha, pesquisamos entre amigos pais suas recomendações. E nessa hora, é legal ter algum cuidado. Sugiro pegar indicações de pessoas que tem muito a ver com você. E isso vale tanto para contexto familiar, como possibilidades financeiras e crenças e valores.

A partir daí, tínhamos 4 alternativas. Era hora de conhecer pessoalmente as escolas. E aqui vai mais uma dica: não faça isso sozinho. Para conhecer as escolas é interessante que ambos os responsáveis estejam juntos, para que uma decisão conjunta consciente seja tomada. Se não for possível, leve com você outra pessoa que possa avaliar de forma coerente a escola e discutir com você impressões. Em três escolas fui com o meu marido. Na quarta fui com minha sogra.

Algumas ganharam muitas estrelinhas na avaliação e outras não. No fim, pelo cansaço e também por achar que não tínhamos mais tempo, nem conseguiríamos vagas em outras escolas, fiz uma pre-reserva em uma escola que nem me agradou tanto, mas tinha sido super bem recomendada. Eu ia dar uma chance.

Aí, recebi uma indicação de nosso pediatra. Ela veio em uma consulta depois que lhe contei sobre a minha experiência nesse duro processo            . Ele me disse que tinha muitos pacientes nesta escola, e que não só as mães adoravam a escola, como as crianças também mostravam um desenvolvimento muito interessante. Além disso, era próximo de nossa casa. E ai, pensei: por que não? Liguei lá para saber se ainda havia vagas. E sim, havia.

Nessa fui com minha mãe, professora aposentada. Inclusive, eu mesma tive aulas com minha mãe no primário. Foi unânime. Adoramos! O espaço era ótimo. A estrutura era simples, porém super adequada. A proposta pedagógica era excelente. Salas com menos de 15 alunos e com 3 responsáveis. Atividades estimulantes. O ambiente em funcionamento emanava boas energias, com crianças sorridentes e mostrando muita autonomia. E o atendimento que recebemos foi sensacional. Me apaixonei. E para melhorar, o preço era bem justo. Encontramos a nossa escola!

Ah, para ajudar (espero), vou dividir o que mais levamos em conta:

Ambiente e estrutura: Como é a equipe? Qual será a vivência que ela terá? Há bastante espaço para atividades diversas? A escola valoriza o brincar? A escola estimula a autonomia da criança? Como são tratados limites e regras? Há professores especialistas para áreas como artes, educação física e música? Se necessário, a escola oferece período estendido?

Proposta pedagógica: existem tantas variáveis, que a gente fica até tonto. E aqui não tem jeito: precisa ser uma proposta que esteja alinhada com os valores da família. No nosso caso queríamos uma escola que estimulasse a criatividade, a curiosidade, o conhecimento e a consciência dela. Encontramos no método sócio construtivista uma boa alternativa.

Proximidade com nossa casa: a Oli é muito pequena para passar muito tempo dentro do carro. Preferimos que o tempo dela seja investido em atividades interessantes ou mesmo que ela possa descansar bem e se alimentar melhor do que perder mais tempo no transito. Além disso, como sou eu quem faz o transporte dela, também não poderia ser cansativo para mim.

Número de alunos por sala + número de responsáveis por sala: isso é uma coisa a qual eu me apeguei bastante. Nessa fixa etária eu acho importante ter um número reduzido de alunos por sala e que os responsáveis consigam dar conta e atenção a todos.

Valor da mensalidade: em tempos de crise não dá para gastar o que não temos. Claro que a educação dos nosso filhos sempre vale o sacrifício, mas é preciso cuidado. Então, vale pesar bem o valor antes de fazer a escolha para não se enforcar. E ter em mente outros custos como taxa de material, uniformes, entre outros.

Segurança: Aqui, além da segurança da própria escola, como sistema de portaria, observo como as crianças são recebidas, se há estacionamentos próximos, como é o bairro, a movimentação da rua da escola, entre outras particularidades.

Outras coisas que para mim são um extra bacana na escola da Oli: obrigatoriedade de uniforme (à qual eu agradeço vendo o estado que os uniformes chegam em casa), lanche trazido de casa (que permite trocas e novas experiências entre os pequenos – que agora, sem a alergia para nos preocupar, é uma coisa bacana), atendimento personalizado e super atencioso, e depois de conhecer os pais dos alunos me dá a tranquilidade de saber que a Oli terá uma vivência muito completa.


E com vocês, como foi esse processo?