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sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Quando nem tudo é “mágico e indescritível”

Ser mãe é bom demais! Aliás, é uma experiência pra lá de intensa. Em um mesmo dia se vai do céu ao inferno várias vezes e ainda assim a gente fala pra Deus e o mundo (principalmente para as amigas sem filhos) que ser mãe é mágico e indescritível.

Pois é, minha gente. Tem vezes que não é, não.

Reforçando, eu AMO ser mãe. Acho que foi uma das melhores coisas que já me aconteceu. Porém, sou super realista e estou longe de incentivar os amigos indecisos a terem filhos. Tem que querer. E até friso: é bom querer muito, pois as cenas dos próximos capítulos nem sempre atendem à nossa expectativa. E esse é um compromisso para a vida toda.


E aí, numa manhã (quando eu, como sempre, queria dormir mais um pouco e não pude) na qual minha primeira função foi trocar uma fralda mega caprichada, pensei em escrever este post sobre as coisas não tão bacanas. Tudo baseado em experiência própria, e pode ser que outras pessoas, por pura sorte, não tenham passado pelo mesmo.

Vamos lá?

Obs1: a lista segue uma ordem aleatória de perrengues

Obs2: tenho mania de usar “a gente” para me referir a mim mesma. Então não fiquem achando que estou generalizando. Estou apenas contando como a coisa tem sido por aqui.

1. Privação de sono ou não dormir o tanto quanto gostaríamos por um bom tempo. (A gente passa a achar que dormir 5 horas conta como uma boa noite de sono.) A Oli é uma caixinha de surpresas nesse quesito.

2. Ataques de birra. Não importa o quanto você se policie e procure educar a criança, todos estão sujeitos a ataques de birra. Faz parte do desenvolvimento. Aqui em casa a Oli vem testando nossos limites de vez em quando.

3. A gente passa a demorar o triplo do tempo para sair de casa. E fica sempre sem graça quando chega atrasado para algum compromisso. Mesmo montando a bolsa de fraldas com antecedência, a gente sempre esquece alguma coisa. E aí tem também as tralhas que precisas levar junto. Dizem que isso tende a melhorar com o tempo.

4. Nossas idas ao banheiro, seja para banho ou outras coisas, passam a ser mais emocionantes. Tempo contado, com direito a algumas interrupções. E tudo que a gente quer nessa hora são alguns minutinhos de paz.

5. Sair para comer fora também pode ser uma aventura. As vezes o bebê está super bonzinho, ou quando está agitado, a Galinha Pintadinha resolve. Outras, a gente tem que se revezar na mesa para comer, enquanto o outro entretém o pequeno furacão, para evitar que sua impaciência incomode as mesas vizinhas.

6. A gente passa a ver e falar com os amigos com menos frequência. Falta tempo e às vezes, se os amigos não têm filhos, pode faltar assunto. Afinal, imagino que não é todo mundo que adora ouvir como é sua rotina com a criança em casa, ou qual é a novidade do dia do bebê.

7. Aqui é algo muito meu: eu desaprendi a me vestir. Acho que estou sempre desarrumada, ou fora de moda. Tenho um monte roupa que eu já amei e não sei mais como usar. E tem vezes que acho que arrasei com uma produção, mas a Oli rapidinho me mostra que não vai dar certo (por exemplo, golas mais abertas ou decotes, vestidos curtos e saias andam aposentados por aqui).

8. O tempo passa rápido demais. Isso vale tanto para os afazeres do dia – cansei de fazer listas que não consigo cumprir nem pela metade – como para os pequenos. Depois do 3º mês eles crescem rápido demais. E às vezes dá muita saudade daquele bebezinho que cabia aninhadinho no nosso colo.

9. Trocas de fraldas de cocô. Se tem uma coisa que não é nada mágica ou indescritível é isso. Ainda mais quando no meio do processo o bebê resolve espernear e se debater na fralda suja fazendo o maior estrago que só um banho resolve. Ah, e quando faz isso quando estamos quase prontos para sair. Também é bem desagradável começar o dia assim.

10. Palpites de todos os lados. Eu sempre fui muito palpiteira (daí o PalpiTeca). E se tem uma coisa que a maternidade está me ensinando é a guardar minhas opiniões para mim e só apresenta-las quando solicitadas.

11. Abrir mão de coisas que a gente gosta. Tudo bem, é pelo melhor motivo do mundo, mas ainda assim, dá aquela azedada.

12. Tentar ser perfeita. E aqui eu volto num post anterior, sobre mães reais. Vende-se esse ideal de mãe/mulher perfeita que consegue administrar tudo (casa, trabalho, marido, filhos, vida social), ter crianças maravilhosas e ainda ensinar os outros como fazer o mesmo. E na vida real, ninguém é perfeito, a gente falha e erra pacas, mesmo tentando acertar. Então, essa coisa de tentar ser mais como as mães perfeitas que “existem” por aí, é exaustivo e frustrante.

13. Perder a espontaneidade. Com filhos isso é muito difícil ser espontâneo. De verdade.

14. Gastar rios de dinheiro com itens supervalorizados, só porque são feitos para bebês. Gente, como pode uma micro peça de roupa custar o mesmo ou mais que uma roupa de adulto? Ah, sem contar os itens “indispensáveis” que dizem que a gente “tem que ter”.

15. Não poder curar todas as dores ou resolver todos os problemas do bebê. Isso pega. A gente quer o melhor para os pequenos, mas se sente absolutamente impotente quando não consegue oferecer o conforto que eles tanto precisam. Eu sofro.

E deve ter mais um milhão de coisas que de vez em quando azedam a experiência, mas no fim, para quem está disposto a viver essa aventura, vale a pena. A gente acaba aprendendo muito. E aprender é evoluir. E afinal, estamos aqui vivendo para que?


E para os papais e mamães de plantão,
qual experiência não é tão magica assim?

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Mães Possíveis: Tati Cunha, mãe de primeira viagem e os preparativos finais

Hoje a gente inaugura um novo espaço no blog: Mães Possíveis. Ele servirá para outras mães compartilharem suas experiências conosco. Para a grande estreia, a mamãe de primeira viagem Tati Cunha conta um pouco dos últimos dias antes da chegada da Maia.

A Tati é produtora de conteúdo, tem 27 anos e mora em São Paulo.


Ela, assim como muitas mamães de primeira viagem, está super ansiosa com a chegada da Maia. E além da ansiedade comum, ela ainda está se virando nos 30 para dar conta da mudança de casa, preparativos finais e também está tocando seus projetos pessoais.

Então, confiram o que ela tem para nos contar.

Palpiteca: Tati, como foi sua gravidez até aqui?

Tati: Bom, minha gravidez foi uma surpresa, literalmente. Me casei há dois anos e meio e planejavamos engravidar com uns 5 anos de casados, quando de repente, uma calça jeans apertada me fez perceber que alguma coisa estava transformando e dando mais vida ao meu corpo. Depois de três testes de farmácia e troca de mensagens intermináveis com a amiga médica [no caso, a pediatra da Maia], um exame de sangue indicou que eu estava gravidissima!

Guardamos a notícia durante os três primeiros meses devido há uma complicação com a minha tireoíde, o que me deixou um pouco tensa no início, mas com uma certeza de que tudo ficaria bem. Passado os três meses, contamos para os amigos, pais, amigos de trabalho e todas as pessoas do nosso círculo social. [para nossos pais e amigos mais próximos, fizemos um vídeo carinhoso com cenas do dia da primeira ultrasom].

Depois da alegria de comunicar a toda família, precisei conviver com enjoos matinais que pareciam não ter fim, mas que desapareceram depois de 4 meses. E apesar da longa história, tive uma gravidez bem ativa, dirigi, andei de metro, fiz caminhadas, trabalhei bastante, sai, fui a shows e não parei nenhum minuto.

Para vocês terem uma ideia, a Maia chega amanhã, dia 20.02 e estou aqui, elétrica, respondendo a entrevista da Teca [uma querida]!

Palpiteca: A decisão de mudar de casa já tinha sido feita antes de você engravidar da Maia? E como está sendo este processo?

Tati: Essa é uma longa história, nossa família começou com a adoção de um filho de quatro patas, o Osvaldo – um labra lata que hoje tem cerca de 30 kg cheio muito amor! Adotamos o Osvaldo nos primeiros meses de casados [morando em um apartamento], depois de um tempo, decidimos adotar a Theodora e dai em diante não paramos mais.

Resgatamos a Fonsinha  e nos apaixonamos por ela, resultado, ela também entrou para a família. Com a família crescendo, nossa vontade de mudar de casa só aumentou.
Começamos a busca no início de 2014 e em setembro encontramos uma casa que comportava nossos cachorros e que seria perfeita para a infância ao ar livre da Maia. Mas como em todo processo, atrasos podem acontecer e isso acabou acontecendo conosco, a mudança que era para ocorrer em dezembro, aconteceu em janeiro, dias antes da pequena nascer!

Não foi fácil organizar a mudança, preparar o quarto, buscar inspirações no meio de tanta emoção, mas manter o foco ajudou bastante para que tudo corresse bem!

Palpiteca: Como tem sido os preparativos finais para a chegada da Maia? Você contou com uma ajuda extra?

Tati: Corrido!

A ajuda extra foi essencial. Poder contar com a minha mãe lavando todas as roupinhas, me auxiliando com a organização da nova casa e nos detalhes finais da maternidade foi incrível! Meus sogros também tiveram um papel muito importante aqui, além de um casal de amigos que não abro mão por nada!


Cada um ajudou da sua forma e o resultado não poderia ser diferente, a Maia chega amanhã e a casa está bela e 90% organizada.

Palpiteca: Qual foi sua maior dificuldade até agora?

Tati: Minha dificuldade até agora, apesar de parecer “fútil” foi adaptar meu guarda-roupa ao meu novo corpo [risos] – mas me mantive calma e consegui me organizar com o que tinha e investi apenas em calças de gestantes [fiquei apaixonada pelo conforto dessas peças].


No fim da gravidez, confesso que minha maior dificuldade foi ficar sem dirigir e me adaptar com o tamanho da barriga, afinal, coisas simples como fechar uma sandália pode parecer um grande desafio [risos].

Mas controlar o emocional também não é uma tarefa fácil.

Palpiteca: Que dicas você dá para as mamães, que como você, estão com mil coisas acontecendo assim tão perto da chegada do bebê?

Tati: Calma!

Respire, faça uma lista [uma lista de verdade papel e caneta] de prioridades, coloque prazo para elas acontecerem  e tenha sempre uma coisa em mente: tudo o que você sente, seu bebê também sente.

Então, não concentre tudo em você. Não tenha vergonha de pedir ajuda, seja para seus pais, familiares ou amigos. Você está passando por um momento tão lindo que todos terão o maior prazer em estar ao seu lado!

Afinal, a chegada de uma criança é sempre uma alegria. [apesar de clichê e antiga, essa é a frase que você ira ouvir muitas vezes durante sua gravidez!
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Como a Tati disse lá em cima, a Maia nasceu dia 20 de fevereiro. Ela chegou ao mundo trazendo muitas emoções para toda a família e todos passam bem. Parabéns, Tati e muito obrigada por fazer parte deste projeto, mesmo tendo tantas coisas acontecendo em sua vida neste momento. 

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Mãe Real

Recentemente eu deixei de seguir alguns perfis no Instagram. Eram pessoas que eu já seguia há algum tempo, desde que me tornei mãe, que falavam sobre maternidade.

O motivo que me fez deixar de seguir estes perfis é simples: baseado na realidade que elas me apresentavam, eu me sentia uma caca de mãe. Eu sei que não sou uma caca de mãe, porém o sentimento me incomodava.

Já explico.

Essa coisa de mãe blogueira vem ganhando muito espaço. Tem gente que faz um trabalho incrível, de quem eu sou muito fã. E tem quem parece esquecer que do outro lado tem seguidores que são pessoas de verdade, que vivem uma realidade diferente, que têm ansiedades e inseguranças e muitas vezes (a maioria) não dispõe das mesmas possibilidades (nem de tempo, nem de espaço, nem de grana).

Aí, eu acompanho os comentários, as dúvidas, e muitas vezes o desespero dessas mães, novas como eu, que assistem pelas redes sociais outras mães que parecem absolutamente perfeitas. Tem resposta para tudo, estão sempre bem vestidas e maquiadas, de bem com a vida, criam “sozinhas” os filhos e ainda dão conta de manter a vida social e o romance, podem oferecer os melhores brinquedos aos pequenos, tem sempre alguma novidade vinda do exterior para mostrar, entre outras coisas.

E gente, pra mim, reles mortal, isso não é vida real. E acho que isso ajuda a aumentar ainda mais a pressão sobre as mães que, como eu, estão tentando fazer a coisa da melhor forma que conseguem.

Eu amo ser mãe.


Com todos os seus altos e baixos (e vamos combinar que o primeiro ano tem mais baixos dos que altos), eu aprendi a ser uma mãe que é boa para a Oli. A gente dá certo junto. Porém, afirmo para quem quiser ouvir, não é um mundo cor de rosa. Tem muita coisa gostosa e também tem muita coisa difícil, que faz você questionar onde estava com a cabeça quando decidiu ser mãe.

Ai, voltando à coisa da maternidade real e o que isso tem a ver com o Palpiteca:

Quando comecei o Palpiteca, lá em 2008/2009, foi para dividir dicas, palpites e sugestões sobre tudo. Na época eu estava super envolvida com o meu (nosso) casamento e tinha bastante dica sobre isso. Depois, foram surgindo posts com um perfil mais de crônicas e depois passei por uma fase bem chata e cri-cri, que também se refletiu no blog. (essas fases foram deletadas em um rompante meu!)

Aí, quando virei mãe, achei natural ajustar o perfil do blog para essa realidade, mesmo sabendo que o que não falta no mundo são mães blogueiras. Isso é algo que amo fazer: escrever, compartilhar experiências. E no fim, blogar e dividir experiências me faz sentir menos sozinha, porque a maternidade, às vezes, também é muito solitária.


E esse ano resolvi que no Palpiteca vou mostrar para vocês um mundo mais real (sem deixar a diversão de lado). Vou dividir as nossas experiências e pedir para que vocês façam o mesmo conosco. Quero trazer mais pessoas para colaborarem com a gente, com conhecimento especializado e conhecimento adquirido.


Além disso, estou preparando algumas novidades para o blog, o facebook e o instagram. O Pinterest também vai continuar existindo.

E conforme essas novidades forem ficando prontas, eu conto para vocês.

Espero que gostem e que participem!

Com carinho,

Teca e Oli