Ser mãe é bom demais! Aliás, é uma experiência pra lá de
intensa. Em um mesmo dia se vai do céu ao inferno várias vezes e ainda assim a
gente fala pra Deus e o mundo (principalmente para as amigas sem filhos) que
ser mãe é mágico e indescritível.
Pois é, minha gente. Tem vezes que não é, não.
Reforçando, eu AMO ser mãe. Acho que foi uma das melhores
coisas que já me aconteceu. Porém, sou super realista e estou longe de
incentivar os amigos indecisos a terem filhos. Tem que querer. E até friso: é
bom querer muito, pois as cenas dos próximos capítulos nem sempre atendem à
nossa expectativa. E esse é um compromisso para a vida toda.
E aí, numa manhã (quando eu, como sempre, queria dormir mais
um pouco e não pude) na qual minha primeira função foi trocar uma fralda mega
caprichada, pensei em escrever este post sobre as coisas não tão bacanas. Tudo
baseado em experiência própria, e pode ser que outras pessoas, por pura sorte,
não tenham passado pelo mesmo.
Vamos lá?
Obs1: a lista segue uma ordem aleatória de perrengues
Obs2: tenho mania de usar “a gente” para me referir a mim
mesma. Então não fiquem achando que estou generalizando. Estou apenas contando
como a coisa tem sido por aqui.
1. Privação de sono ou não dormir o tanto quanto gostaríamos
por um bom tempo. (A gente passa a achar que dormir 5 horas conta como uma boa
noite de sono.) A Oli é uma caixinha de surpresas nesse quesito.
2. Ataques de birra. Não importa o quanto você se policie e
procure educar a criança, todos estão sujeitos a ataques de birra. Faz parte do
desenvolvimento. Aqui em casa a Oli vem testando nossos limites de vez em
quando.
3. A gente passa a demorar o triplo do tempo para sair de
casa. E fica sempre sem graça quando chega atrasado para algum compromisso.
Mesmo montando a bolsa de fraldas com antecedência, a gente sempre esquece
alguma coisa. E aí tem também as tralhas que precisas levar junto. Dizem que
isso tende a melhorar com o tempo.
4. Nossas idas ao banheiro, seja para banho ou outras coisas,
passam a ser mais emocionantes. Tempo contado, com direito a algumas
interrupções. E tudo que a gente quer nessa hora são alguns minutinhos de paz.
5. Sair para comer fora também pode ser uma aventura. As
vezes o bebê está super bonzinho, ou quando está agitado, a Galinha Pintadinha
resolve. Outras, a gente tem que se revezar na mesa para comer, enquanto o
outro entretém o pequeno furacão, para evitar que sua impaciência incomode as
mesas vizinhas.
6. A gente passa a ver e falar com os amigos com menos
frequência. Falta tempo e às vezes, se os amigos não têm filhos, pode faltar
assunto. Afinal, imagino que não é todo mundo que adora ouvir como é sua rotina
com a criança em casa, ou qual é a novidade do dia do bebê.
7. Aqui é algo muito meu: eu desaprendi a me vestir. Acho
que estou sempre desarrumada, ou fora de moda. Tenho um monte roupa que eu já
amei e não sei mais como usar. E tem vezes que acho que arrasei com uma
produção, mas a Oli rapidinho me mostra que não vai dar certo (por exemplo,
golas mais abertas ou decotes, vestidos curtos e saias andam aposentados por
aqui).
8. O tempo passa rápido demais. Isso vale tanto para os
afazeres do dia – cansei de fazer listas que não consigo cumprir nem pela
metade – como para os pequenos. Depois do 3º mês eles crescem rápido demais. E
às vezes dá muita saudade daquele bebezinho que cabia aninhadinho no nosso
colo.
9. Trocas de fraldas de cocô. Se tem uma coisa que não é
nada mágica ou indescritível é isso. Ainda mais quando no meio do processo o
bebê resolve espernear e se debater na fralda suja fazendo o maior estrago que
só um banho resolve. Ah, e quando faz isso quando estamos quase prontos para
sair. Também é bem desagradável começar o dia assim.
10. Palpites de todos os lados. Eu sempre fui muito palpiteira
(daí o PalpiTeca). E se tem uma coisa que a maternidade está me ensinando é a
guardar minhas opiniões para mim e só apresenta-las quando solicitadas.
11. Abrir mão de coisas que a gente gosta. Tudo bem, é pelo
melhor motivo do mundo, mas ainda assim, dá aquela azedada.
12. Tentar ser perfeita. E aqui eu volto num post anterior,
sobre mães reais. Vende-se esse ideal de mãe/mulher perfeita que consegue
administrar tudo (casa, trabalho, marido, filhos, vida social), ter crianças
maravilhosas e ainda ensinar os outros como fazer o mesmo. E na vida real,
ninguém é perfeito, a gente falha e erra pacas, mesmo tentando acertar. Então,
essa coisa de tentar ser mais como as mães perfeitas que “existem” por aí, é
exaustivo e frustrante.
13. Perder a espontaneidade. Com filhos isso é muito difícil
ser espontâneo. De verdade.
14. Gastar rios de dinheiro com itens supervalorizados, só
porque são feitos para bebês. Gente, como pode uma micro peça de roupa custar o
mesmo ou mais que uma roupa de adulto? Ah, sem contar os itens “indispensáveis”
que dizem que a gente “tem que ter”.
15. Não poder curar todas as dores ou resolver todos os
problemas do bebê. Isso pega. A gente quer o melhor para os pequenos, mas se
sente absolutamente impotente quando não consegue oferecer o conforto que eles
tanto precisam. Eu sofro.
E deve ter mais um milhão de coisas que de vez em quando
azedam a experiência, mas no fim, para quem está disposto a viver essa aventura,
vale a pena. A gente acaba aprendendo muito. E aprender é evoluir. E afinal,
estamos aqui vivendo para que?
E para os papais e mamães de plantão, qual experiência não é tão magica assim?