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terça-feira, 25 de agosto de 2015

Do Berço para a Cama

Quem nos acompanha no insta e no facebook deve ter visto que semana passada fomos comprar uma caminha para a Oli. Muita gente me questionou se não era muito cedo para isso. Aí, completando 1 semana da transição, preparei este post para contar a nossa experiência e quem sabe ajudar quem está entrando nesta fase também. Já aviso que procurei dar bastante detalhe, então o post está longo =)

A Oli tem 1 ano e 4 meses, é super ativa e espertinha (ok, toda mãe deve falar isso). E aí, eu explico: lá pelo dia 12, após acordar da soneca da tarde a pitica conseguiu descer a grade do berço. (O berço dela tinha grade do tipo grade guilhotina, que sobe e desce para “facilitar a vida dos pais”). E quando entrei no quarto para pegá-la, na animação ela tentou sair sozinha e foi de cabeça no chão.

Não gosto nem de lembrar, porque eu vi a cena acontecendo em câmera lenta, tentei pegá-la e não consegui. O som da cabeça batendo no chão continua ecoando em mim. Espero que nenhum de vocês passe por isso. Em seguida veio o choro, o galo e a ligação para o pediatra. Por sorte, nada mais sério aconteceu. Porém a orientação que veio foi: talvez esteja na hora de tirá-la do berço.

E aqui em casa não existe talvez. É ou não é. E cedo ou não, resolvemos passa-la para a cama.

Aqui abre parênteses para o meu palpite n.1: Não apressem a passagem da cama para o berço. Se o bebê está tranquilo no bercinho, dorme bem e não tenta sair, mantenha como está. Cada bebê tem o seu tempo. E no caso da Oli, levamos em consideração a personalidade dela. Ela é metida a independente (quando convém). Sempre gosta de tentar tudo sozinha até esgotar as possibilidades. E aí ela vem pedir a mão. Ou seja, mesmo caindo do berço, ela provavelmente tentaria sair de novo e poderia se machucar.

O berço dela vira uma mini-cama padrão americano. Então desmontamos a estrutura de berço (grades, reforço de peseira, cabeceira e rodinhas) e fizemos o teste do subir e descer sozinha. Aí veio o problema. O que era ótimo para o berço, ter um grande gaveteiro embaixo, para a mini-cama da independente Oli não funcionou. Isso porque a mini-cama ficava muito alta, e a Oli caia pra trás quando tentava subir. Ou seja, não resolve o problema.


Solução intermediária: colchão sobre o estrado do berço no chão, com grade provisória, daquelas que se usa em cama de criança. Ainda assim, a gente não achou que este improviso estava muito legal, nem visualmente, nem ergonomicamente (para os pais).


Ai, dei uma pesquisada em mini-camas, com a intenção de aproveitar o colchão. Infelizmente, não encontramos nada deste tamanho e o próximo passo foi encarar uma mini-cama padrão. Pesquisei em lojas especializadas, marcenarias, Etna e Tok&Stok.

O preço de uma mini cama de lojas especializadas ou de marcenaria foi de cair para trás. E pensando que a mini-cama seria uma solução a médio prazo, uma vez que com 7 ou 8 anos a criança passa para uma cama maior, não achamos que valia o investimento.

A gente adorou o modelo Pin da Tok&Stok, em madeira, por ser mais atemporal. Fiz o teste na loja com a Oli para ver se ela conseguia subir e descer sozinha e foi tranquilo.


Comprei a cama, trouxe para casa e montei. SOZINHA (afinal o papai tem que dar conta do expediente no escritório para podermos comprar a cama, né)! Muito orgulho de mim =)


Pausa para o palpite n2: Dá para comprar a cama pela internet por preço mais em conta? Dá! Porém, por ser a primeira caminha eu achei que valia conferir o produto pessoalmente (qualidade, acabamento, dimensões) e testar com a Oli. Pagamos mais por isso, porém acho que vale a pena.

Ah, no caminho ainda lembrei que as roupas de cama que temos da Oli não serviriam para esta nova fase então ainda desviei o caminho para comprar o básico (que no caso da Oli é apenas lençol de baixo, com elástico).

Bom, aí começou o teste.

Depois de montada a cama (no meu quarto, enquanto ela tirava a soneca da tarde) e transferida para o quarto dela, foi o momento de apresentar a novidade. Enchi a cama com as coisas dela: protetores de berço feitos pela vovó (que agora não tem mais problema usar), naninhas, travesseiro, bichinhos fofos que ela adora e fiz a maior festa quando entramos no quarto.


A princípio ela achou aquilo meio estranho, mas aí eu entrei na cama, mostrei o que tinha lá, e logo ela se animou. Aí, entrava e saia de lá levando e trazendo mais coisas. Expliquei que lá era onde ela iria nanar com os bichinhos dela, e ela até simulou um “nãana” lá.

Na hora de dormir, mantive a rotina normal dela e foi tranquilo. Ela não estranhou. Por via das dúvidas, nas 3 primeiras noites eu dormi no quarto dela na cama auxiliar. E foi sossegado. Ela até dava umas leves despertadas no meio da noite, porém logo virava e voltava a dormir. Sem me dar muito trabalho.

De manhã ela acorda e fica fazendo preguiça ou brincando na cama. Só sai quando a gente entra no quarto.


Para garantir a nossa tranquilidade, temos um portão de segurança na porta dela, afinal, logo na saída da porta tem uma escada, e cobrimos todas as tomadas. E a babá eletrônica continua em plena função.

A impressão que tive é que na caminha ela entende que pode entrar e sair quando quiser, o que lhe dá mais independência. Outra coisa é que a caminha é maior que o berço, o que lhe dá mais liberdade de movimento e conforto.

O único episódio que tivemos foi na noite de domingo, quando ela acordou do que parece ter sido um pesadelo. E não me deixou ir embora do quarto. Aqui entra o último palpite: Agradeci por ter mantido o colchão do berço dela ao lado da cama, para a fase de transição. Pois foi ali que fiquei sentada e depois deitada de mão dada com ela – ainda na cama – até acalmar e adormecer novamente. Acho super valido fazer isso e manterei o colchão de apoio lá até sentir que não é mais necessário.

Foi uma transição tranquila e tenho achado muito positivo para ela (ainda bem, né?). Ao mesmo tempo, estou assustada com o quão rápido o tempo está passando...


E por aí, como foi esta transição? 

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Convivendo com Babás

Antes que vocês perguntem, não, nós não contratamos uma babá para a Olívia. E este texto vem de uma vivência intensa com as babás dos outros, uma vez que sou mãe em período integral e nos locais que levo a Oli há sempre muitas babás.

Este texto propõe uma reflexão sobre o serviço de babá (e não digo que nunca teremos uma, pois não sabemos o dia de amanhã) e sobre como um serviço sem qualidade pode interferir no comportamento dos nossos filhos e na percepção que nossos filhos possam vir a ter sobre nós e eu já explico isso mais à frente.

Quando engravidei da Oli, e até antes, eu sempre dizia que não queria ter babá. Minha primeira ideia era coloca-la na escolinha, assim que eu voltasse a trabalhar. Bom, essa parte vocês já sabem – eu ainda não retornei ao mercado e continuo integralmente com a Oli. Sempre fui muito criticada por essa postura, que nunca pude colocar em prática (e não vou dizer que não continuo sendo criticada, por ter optado por ficar integralmente com a Oli. Nós mães, perante o julgamento alheio nunca acertamos, não é mesmo?)

E hoje, mais do que nunca, vejo que a decisão de não ter babá foi a que melhor nos atendeu. Não apenas por ter a oportunidade de conviver com tanta qualidade com a Oli, nem por não ter que dividir minha rotina e intimidades com uma pessoa de fora, mas pelo que tenho vivenciado em meus dias nas brinquedotecas e parquinhos da vida.

O que eu vejo são, em sua grande maioria, pessoas frustradas com sua área de atuação, com o salário que ganham, com a obrigação de criar e cuidar do filho dos outros, com o descaso e muitas vezes desrespeito da família e das próprias crianças. São pessoas que não estão 100% dispostas ou preparadas para tudo o que a profissão exige.

E isso se reflete em sua postura. Aqui vou relatar algumas passagens que pude presenciar a menos de 1 metro de distância:

- Enquanto fala ao celular, geralmente sobre quanto trabalho a criança cuidada dá e o quanto os pais dela não sabem lhe dar limites, a pequena cai do escorregador de cara na areia. A cuidadora não vê, até que a pequena venha com a boca cheia de areia lhe contar o que aconteceu. Basta lavar a boca com água, dar um tapa no bumbum para ir brincar e está tudo bem. Ela já pode retomar sua conversa no celular.

- Enquanto o pequeno brinca na areia, logo abaixo da cuidadora e sua turma de amigas, podendo ouvir tudo que se fala, a conversa gira em torno dos hábitos detestáveis dos patrões, experiências sexuais do final de semana, problemas pessoais e o quanto a criança é chorona.

- Enquanto passeiam de carrinho na praça, a turminha conversa sobre o aviso prévio da colega que finalmente vai se livrar daquela criança chata da qual cuida e quem dera elas terem a mesma sorte.

- A última experiência que me chamou a atenção foi uma babá que gritava com uma criança de 4 anos a plenos pulmões, depois de correr atrás dela e dar-lhe uns puxões para que a mesma ficasse no castigo conforme ordenado, por 4 minutos, é claro. (as amigas logo comentam: nossa, mas é sempre assim com ele, né?!)

Aqui estou apenas relatando apenas alguns acontecimentos públicos. Coisas que qualquer pessoa pode presenciar. Então, não consigo nem imaginar o que se passa quando ninguém está vendo.

E eu duvido que qualquer ocorrência dessas surja na presença dos pais. Na frente deles elas são prestativas, proativas e amorosas.

E aí vocês podem dizer, “Ah, mas se algo assim acontecesse, eu perceberia. Ou meu filho de 4 anos me contaria.”

Será? Faz 1 ano e 4 meses que convivo nesse meio e posso dizer que não tenho notado muita rotatividade nos locais que frequento. Quero dizer, tenho convivido com as mesmas babás e as mesmas crianças.

Destas cenas que presencio acima, muitas vezes também escuto a babá reclamar que a criança não dorme bem, que não come bem, que ela é muito chorona, ou muito quieta, que às vezes é violenta ou birrenta... E aí, será que isso não tem a ver com esse meio que a criança está vivendo?

Entendo que cada família sempre procura fazer o que julga melhor, e o que está dentro de suas possibilidades. Porém, cabe este alerta.

(E aqui, vale dizer: isso não se aplica a todas. Há exceções. Há quem cuide, brinque, converse, explique, atente e tudo com tanto carinho, que me faz ter fé. Fé que um dia, se eu precisar, conseguirei contratar uma pessoa assim.)

E como como garantir que a babá dos nossos filhos sejam tudo (ou grande parte) o que a gente deseja que elas sejam?


Eu não sei responder. E vocês?

OBS: Que fique claro que este post não critica de forma alguma a decisão das famílias por ter babá. Apenas proponho uma reflexão mais consciente sobre a qualidade do profissional, se não da pessoa, que se coloca dentro de casa para conviver e cuidar do que temos de mais precioso.