Translate

quinta-feira, 27 de março de 2014

Respeitando as escolhas dos outros

Se existe uma fase na qual todo mundo quer palpitar na sua vida é quando você está grávida. E para mães de primeira viagem, os palpites podem ser ótimos ou simplesmente devastadores. Ao longo dos últimos nove meses muita gente vem me oferecendo dicas... inclusive gente que nem médico, nem pai/mãe é. Rsrsrsr

O que venho observando é uma tendência que me incomoda um pouco: todo mundo se julga expert na arte de gerar e criar filhos. E algumas pessoas pregam suas práticas como se fossem verdades universais, esquecendo que cada bebê é um bebê e que cada família tem sua própria dinâmica.

Quem fez o tal parto humanizado se impõe como uma espécie santa e que deve ser venerada. Ah sim, ela suportou toda a dor do parto, evitou o uso excessivo de drogas durante o procedimento e seu bebê nasceu forte e feliz. Gente, na boa: que bom para você! Isso não significa que é bom para todo mundo. Tem gente que não suporta bem a dor, que não consegue ter parto normal porque tem a bacia muito estreita para a saída do bebê, entre outros motivos mil. Porém, tentar convencer outras mulheres que a sua escolha foi a escolha perfeita e que todas deveriam fazer o mesmo chega a ser desrespeitoso.

A amamentação é um grande ponto de discussão: Que absurdo uma mãe não amamentar, ou fazê-lo por menos tempo do que os 4 meses de licença. Francamente, isso é um assunto que só diz respeito à mãe e ao bebê. Desculpem-me pais, mas nem a vocês compete palpitar neste assunto. O peito não é de vocês. Sei de muitos bebês que sempre teve que se alimentar à base de fórmula, pois se mostrou alérgico ao leite da mãe, ou que a mãe não pode amamentar por razões médicas e que hoje são crianças muito felizes e saudáveis. Eu realmente quero conseguir amamentar a Olívia, mas se por algum motivo de força maior não puder, não pretendo sofrer com isso.

E a velha rixa babá x escolinha x mãe em tempo integral? Eu sempre gostei da ideia de não ter babá. Não gosto de ter alguém o tempo todo em casa, sabendo da minha intimidade. Queria muito ser capaz de dividir meu tempo entre ser mãe, esposa, profissional e mulher. E na minha cabeça uma boa forma de fazer isso seria colocando a Olivia numa escolinha desde cedo. Não sei ainda o que faremos, mas continuo avaliando. E quando compartilho minha vontade, já ouvi desde um “você tá louca” até um “se você não se importa de sua filha viver doente, é mesmo uma boa opção”. Na minha cabeça “louca” a escolinha traria mais estímulos para a Olivia do que ficar trancada em casa com uma babá. E ser mãe em tempo integral nunca foi algo que considerei. Porém, respeito quem o é. Também não critico quem tem babá. Há quem precise da babá para poder continuar trabalhando e para poder dar conta dos demais afazeres da família. De novo, cada um tem que escolher o que melhor se adapta à sua vida.

E não para por aí. Afinal, o universo da maternidade tem assunto que não acaba mais, não é mesmo? E para todo e qualquer assunto, sempre vai ter um bando de palpiteiro querendo opinar.



Não me levam a mal: dicas são bem-vindas. Ajuda é bem-vinda. Porém, na próxima vez que for desferir um palpite a respeito da forma que uma pessoa conduz sua própria gestação ou criação de um bebê, parem para pensar se aquilo que está prestes a dizer não vai agredir a mãe em questão.

Não conheço uma mãe que não faria tudo que pode (e que não pode) pelo bem do seu filho. Por isso, sugiro ter um pouco mais de consciência na hora de oferecer sua opinião.

Em vez disso, seja o melhor apoio que puder ser ;-)

Até a próxima!


Imagem: Google Images

Nenhum comentário:

Postar um comentário