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terça-feira, 30 de setembro de 2014

Profissão Mãe

Quando eu estava grávida da Oli, lá pelo 5º mês, eu não via a hora de voltar ao mercado de trabalho. Como eu já devo ter contado aqui em algum post, em fevereiro de 2013 eu fui demitida da agência que eu trabalhava. E mesmo amando trabalhar lá, eu tinha plena consciência que aquilo não era vida: não ter hora pra sair, pensar em trabalho quase 24 horas por dia 7 dias por semana, sempre ter pepinos para resolver, tensão diária...

Aí, eu comecei um negócio próprio, que eu poderia tocar de casa, escrevendo conteúdo para blogs de marcas, pessoas e empresas. Foi bacana para desacelerar e ainda garantir um din-din, mas não deu tão certo quanto eu imaginava. Por isso, eu estava certa que quando a Oli fizesse 6 meses eu voltaria a trabalhar – em empresa. Queria voltar a ser cliente, tendo toda a bagagem de agência nas costas.

Foi quando o inesperado aconteceu: quando a Oli fez 3 meses, prazo que eu tinha me proposto a começar a buscar novas oportunidades adequadas à minha nova vida, eu perdi a vontade de voltar. Inesperado porque eu sempre amei trabalhar, ter independência financeira, poder discutir planos e projetos. Nunca pensei em ser mãe/dona de casa/esposa em período integral. E talvez perder a vontade, não seja a expressão correta.

Eu me vi com um novo objetivo, muito mais desafiador e certamente muito mais gratificante: Poder criar a Oli, cuidando de tudo bem de pertinho. E acho que o que reforçou este objetivo foi entender que com alergia alimentar não se bobeia. E até ela ficar zerada, e isso vai ser logo, tenho fé, eu tenho mesmo é que estar por perto.



A decisão foi super conversada lá em casa. O marido me ofereceu essa oportunidade, me pediu para pensar bem, nós conversamos muito e no fim eu achei que seria o melhor que eu poderia fazer no momento.

E apesar de ser super gostoso acompanhar ela se desenvolvendo, poder acompanhar cada novidade, cada avanço, cada coisinha que ela faz ou descobre, é também bem difícil. Porque os desafios, continuo tendo diariamente, mesmo que em outra esfera. E não são poucos.

Tem dias que dá saudades da loucura do trabalho. Sinto falta das reuniões intermináveis, que muitas vezes não resultavam em nada. Adorava os almoços gostosos com as meninas nos quais a gente falava de tudo e mais um pouco. Acho estranho passar dias sem precisar me maquiar ou vestir um salto alto. Lembro com carinho de sentar para resolver problemas que as vezes davam certo e outras não.

Ah, também tem a questão da insegurança que bate, quando a gente muda tanto o rumo da nossa vida. No meu caso, tive muito receio de me tornar desinteressante, principalmente para o marido... Afinal, o maridão me conheceu sendo uma pessoa super ativa, que trabalhava pacas e que sempre tinha energia para tudo que aparecia. Aí, o jeito é correr atrás mesmo. Me manter informada, ler, procurar encontrar os amigos para sair um pouco do universo que gira em torno do bebê - apesar da Oli estar sempre presente nestas atividades também. Além disso, tenho a certeza que hoje cuido do nosso maior bem e que tudo que se refere a ela não tem como ser "desinteressante".

Além disso, a escolha de ser mãe/dona de casa/esposa em período integral impactou principalmente a minha independência financeira. Eu deixei de receber um salário, que eu poderia administrar da forma que achasse melhor. E como comecei a trabalhar muito cedo, dando aulas particulares, e tive essa independência precocemente, isso realmente me balançou.

Porém, como nunca fui boa em administrar minhas finanças, eu não consegui guardar dinheiro para um momento como esse. E aí a coisa pega. Porque não ter seu próprio dinheiro te limita em uma série de coisas. E isso é chatinho... (Aqui fica a dica: mesmo que seja para guardar R$ 50,00/mês, vale fazer isso. E o quanto antes)

Agora estou aqui de olhos, ouvidos e mente bem abertos para tentar descobrir alguma forma light de reverter esse cenário. Não abro mão do meu tempo com a Oli, mas também preciso pensar em uma forma de resolver esse “desconforto”. E vejo muitas mães que se superaram nessa proposta. São mãezonas que encontraram formas super bacanas de garantir seu faturamento, sem abrir mão de estarem com os pequenos.

Então, assim que eu encontrar essa solução, conto para vocês. E quem quiser compartilhar suas experiências, fique à vontade.

E fica aqui a ressalva: ser mãe em tempo integral não faz ninguém melhor mãe. É uma decisão difícil que precisa ser muito bem conversada em casa para não gerar cobranças e frustrações. E cada um tem que fazer aquilo que julga melhor e que está de acordo com as suas possibilidades. Pois como vocês podem bem ver, tudo tem seu lado bom, mas também tem seu lado ruim.

Até o próximo post. 

domingo, 21 de setembro de 2014

Na mão, não!

Toda sexta-feira eu vou ao mercado com a Oli. É dia de abastecer pro final de semana e semana seguinte. E é esse o dia que minha paciência e educação são colocadas à prova (de fogo). Isso porque não basta as pessoas olharem e elogiarem a Oli, elas também querem pegar nela. Pessoas absolutamente estranhas, que nunca vimos na vida. 

E o meu incômodo vai além da superproteção de mãe primeira viagem, mencionada no post anterior. É uma questão de bom senso. Afinal, se você vê uma pessoa que te encanta em um lugar público você vai lá pegar nela, passar a mão na cabeça, tentar pegar na mão (e não estou me referindo a baladas)? Não. Então, por que com criança é diferente?

Também é uma questão simples de higiene. Você está no supermercado, repleto de produtos saídos de estoques, pelos quais podem ou não passar ratos e baratas, com seu bebê no colo, quietinho. Aí vem uma pessoa sabe-se la de onde, acabou de pegar em frango e carne crua, e pega na mãozinha do bebê. Gente, pelo amor, não se faz isso.

Eu ainda tento dificultar um pouco, pois a levo comigo no canguru, virada para mim, pensando que dessa forma consigo controlar melhor as mãos invasivas. Não consigo. E também não consigo ser indelicada, ou impedir o contato, uma vez que quase sempre estou com as mãos ocupadas. Aliás, já aconteceu de eu tentar me esquivar, virando o corpo, e a pessoa dar a volta e pegar do outro lado.

Então vamos lá: não se pega em um bebê, principalmente em sua mão, sem a autorização dos responsáveis.



E para quem não sabe, eu explico porque não se pega na mão no bebê. É muito simples: a mão do bebê vai à boca a todo instante. Logo, se você tem um resfriado, se tossiu, coçou a cabeça, o ouvido, o bumbum, se tocou em alguma coisa contaminada ou apenas suja, é isso que vai para a boca do bebê. E nem sempre temos alcool gel ao alcance para higienizar a mãozinha.

Ah, e beijar a mão então, é como beijar a boca do pequeno. (Como já diria uma amiga querida e mãe de 2)

Por isso, por favor, muito cuidado com a empolgação ao ver um bebê.

No caso da Oli, fico ainda mais tensa, por conta da alergia alimentar. Mesmo aqui em casa o controle é intenso. Se alguém comeu queijo, por exemplo, tem que lavar a mão antes de pegar nela. Simples assim.

Pode parecer neurose de mãe de primeira viagem, mas eu vejo apenas como bom senso. Quer fazer carinho? O topo da cabecinha dela é liberado. O pézinho com meia e a barriguinha também. A mão, não..

E tenho certeza que muita mãe, mesmo que sem se manifestar tão abertamente, também vai concordar comigo. 

Então fica a dica, pessoal:
Se você está indo ao mercado comprar as coisas pro seu almoço de domingo, já sabe.

Bom domingo e até o proximo post!

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Erros de uma mãe de primeira viagem - Parte I

Ser mãe é a melhor escola que eu poderia ter. A cada dia surge um aprendizado novo. E como acontece com todos os aprendizados, eles ocorrem através de erros e acertos. Acho que já fiz alguns posts sobre os acertos, e com isso, pode parecer que o mundo aqui de casa é todo cor de rosa. Não é.

Hoje vou aliviar um pouco e falar dos meus erros. Aí, quem sabe outras mamães possam se identificar e quem sabe evitar comete-los (mesmo sem saber como, os pequenos agradecem).

- Super decorar o quarto: claro que a gente quer que o bebê tenha um quartinho lindo e confortável para dormir e brincar. Porém, é importante ter em mente que o quartinho deve, acima de tudo, ser funcional. Por isso, enchê-lo de coisas pode acabar atrapalhando. Vale lembrar que conforme o bebê cresce, aumentam também as “tralhas” que precisamos para cuidar e entretê-los. Por isso, deixar espaços livres vai bem. Dica: Uma boa cômoda com trocador e kit higiene, berço, cadeira de amamentar, mesa lateral/criado mudo (com gaveta é melhor ainda) com pelo menos 30 cm de área para apoiar coisas, um abajur e, se couber, uma cama de apoio para facilitar nas noites agitadas bastam.

- Kit Higiene: um kit bonitinho é o máximo. No entanto, tenho duas dicas valiosas: evite garrafas térmicas cuja alça se prende à tampa – aqui em casa na correria e no cansaço não fechei bem a garrafa e ao puxar a alça ela se espatifou no chão fazendo o maior estrago – e tenha uma lixeira de verdade. Evitem o “lixinho bonitinho com tampa” que precisamos tirar e pôr a todo uso. Com as inúmeras trocas de fralda é normal esquecer de fechar a tampa e o cheiro das fraldas fica no ar. Prefira uma lixeira comum, com pedal ou se quiser ser mais high-tech uma com sensor que abre com o aproximar da mão. Ai, se quiser, dê seu toque pessoal.

- Ser superprotetora: é normal a gente ficar mais ciumenta e querer proteger o bebê de tudo e de todos. Porém, por mais difícil que seja – e é mesmo – procure ser mais leve e se coloque no lugar dos outros. Quando o bebê nasce, ainda mais se for o primeiro da família, é normal e esperado todo mundo querer conviver com ele, querer pegar no colo e tudo o mais. Então, de espaço para isso para não pegar fama de chata, pois essa é bem difícil de sair, e não estragar o momento para todos. Se você achar que está rolando abuso, vale pedir ajuda do maridão para ajudar a contornar as situações delicadas.

- Atrasar a hora de dormir: fiz isso aqui ao longo dos 3 primeiros meses. O marido adorava participar do banho, mas só conseguia chegar em casa depois das 19h30. Então eu mantinha a pequena acordada, ou esticava além de 1 hora a ultima soneca dela para isso acontecer. Aí, ela acabava indo pro berço depois das 21h30. Se vcs acham que isso significa que o bebe fica mais cansado e dorme mais, se enganam. Sim, ela fica mais cansada, mas dormia muito pior por conta disso. Ai, fui ler a respeito do sono do bebê, descobri o erro e ajustei o relógio. Agora ela vai pro berço antes das 20h e dorme bem melhor. E o maridão participa do banho nos finais de semana e nos dias que consegue chegar mais cedo.

- Ler demais sobre maternidade antes do bebê nascer. Ler sobre maternidade é legal, para a gente se preparar. No entanto, é preciso muito cuidado para não bitolar e deixar de ouvir os seus instintos. Eu aqui não entendia porque não conseguia fazer a Oli dormir direto no berço, ou não conseguia fazê-la parar de chorar com o casulinho, se nos livros dizia que funcionava. Achava que estava sempre fazendo alguma coisa errada. Ai, o instinto falou mais alto e fui averiguar o incomodo para mamar, o tal do refluxo, os gases, o muco no coco, a irritação e descobrimos a alergia alimentar. Então, fica a dica: ler é bacana, porque conhecimento é sempre bem-vindo. Só não vale bitolar e esquecer que cada bebê funciona de um jeito.

- Tentar fazer o bebê dormir quando acorda de noite, sem alimentá-lo, porque alguém disse que se alimenta-lo ele acostuma e nunca dormirá a noite toda. Gente, não façam isso, principalmente nos primeiros meses do bebê. Erro terrível. A Oli acordava de 1 em 1 hora, porque tinha fome e a anta aqui guiada por essa dica terrível cismava em niná-la sem alimentá-la. Foi mudar o padrão e dar o mamá dela que ela passou a esticar mais a noite. 

- Evitar pegar o bebê no colo porque disseram que não devemos acostumá-los assim. Erro máster. Bebê precisa de colo para se sentir bem, para se acalmar, para se sentir cuidado. Quando passei a pegar mais a Oli no colo – sim, eu a faço esperar um pouco para isso, para ela entender que não se pode ter tudo na hora que queremos – ela passou a ficar muito mais tranquila. E hoje, quem não quer ficar no colo é ela. Ela acha muito mais gostoso ficar na cadeirinha, no tapetinho, no pula-pula, no carrinho... Ela ainda gosta do colo, principalmente antes de dormir, mas aprendeu que os outros lugares também são legais.



Vixi, o post ficou bem longo, né? Bom, ainda tem mais um monte de coisa que eu fazia e que faço que certamente são erradas, e vou tentar fazer outros posts sobre o assunto. O principal aqui é deixar o recado que a gente erra pacas, mas é sempre com a melhor das intenções. E que é errando que se aprende. Seja com os nossos erros, ou com os erros dos outros. E não vale se crucificar toda vez que perceber que errou. Acontece. Basta tentar corrigir e fica tudo certo.

E vocês? Quais foram os principais erros que já cometeram enquanto mães de primeira viagem?

Beijos e até o próximo post.

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Existe vida (com bebê) sem babá

Quando eu estava grávida da Oli, uma das perguntas que mais ouvi foi "Você já começou a procurar babá?". A resposta era sempre a mesma: "Não, pois não pretendo ter babá". E isso acabava gerando as mais diferentes reações, porém acompanhadas de um mesmo comentário-conceito: "Você não vai aguentar" ou "Você não vai ter vida".

E é aquela coisa, não adianta muito tentar explicar as nossas escolhas. Aliás, acho que nem é preciso fazê-lo. Porém, a gente acaba se sentindo obrigado a isso. No fim, se resume ao seguinte: quem tem babá, acha que é a melhor coisa do mundo. Quem pôs o filho na escolinha, acha o mesmo. E quem, como eu, está se aventurando a cuidar da criança sem ajuda "especializada" também acha que faz o melhor para o bebê. Ou seja, cada um faz aquilo que julga melhor e que mais se encaixa com o seu próprio estilo de vida.

Quando a Oli for maiorzinha, certamente a colocarei na escolinha. Porém, por enquanto, ela está integralmente sob os meus cuidados. E essa foi uma decisão muito conversada aqui em casa. 

Para que tanto ela quanto eu vivessemos uma experiencia gratificante, fui descobrindo algumas coisas que me ajudam imensamente no dia a dia. Eu os chamo de "elementos de independência". Isso porque eles mantem a pequena entretida e segura enquanto preciso dar conta de outras atividades, ou me ajudam a cuidar dela, mesmo que a certa distância.

- Canguru: fundamental para quem precisa dar conta de atividades simples, como ir ao mercado, servir e beber um copo d'agua, organizar as coisas, etc. Isso porque a gente mantem o bebê pertinho do corpo, em segurança e ainda fica com os braços livres para as atividades. O meu é um BabyBjörn, mas já ouvi dizer que o ErgoBaby é muito mais versátil (a começar pelo fato de oferecer 3 posições para carregar o bebê).

- Cadeirinha 2 em 1 Fischer Price: no inicio usava como um bercinho portátil, com a vibração ligada para acalmar a Oli. Ela também usa como cadeirinha para brincar, ou como apoio para a hora da mamadeira. Hoje em dia, como ela esta muito danada, tenho que mante-la afivelada à cadeira para que ela não se jogue. Porém é uma mão na roda.

- Móbile Musical para berço: A Oli adora curtir uma preguiça quando acorda. Porém, precisa ser entretida. O móble musical é ótimo para isso. Além disso, o berço se tornou um lugar mais divertido e não apenas "aquele lugar chato que a mamãe me coloca e depois some". Consigo deixa-la segura no berço por uns 10 minutos ou mais, que é o tempo que levo para preparar o banho.

- Galinha Pintadinha, Turma do seu Lobato e Bob Zoom: estes desenhos são incríveis. Com musiquinhas, muitas cores e animações realmente hipnotizam a pequena. Quando vou almoçar ou falar ao telefone é sob o entretenimento deles que ela fica. 

- Espelho retrovisor para o bebê: ando muito de carro sozinha com a Oli. E esse espelho que é fixado no encosto de cabeça do banco traseiro, de frente para o bebê é ótimo para checar se está tudo bem, sem precisar ficar virando. Isso porque sua imagem é refletida no nosso espelho retrovisor. 

- Babá eletrônica com câmera: Essa é a grande coringa. Coloco a Oli para dormir e levo a maquininha comigo pela casa. Temos uma de alto alcance, que garante o sinal mesmo na entrada de casa. Assim a pequena dorme em paz e eu vou cuidar dos afazeres do dia.


No quesito pessoas, também conto com alguma assistência:

- Empregada carinhosa nota 10: Eu não tenho babá, mas recentemente contratamos uma empregada super bacana. Ela adora criança e sempre que preciso de um tempinho pra mim, para tomar um banho ou ir até a padaria, é com ela que a Oli fica e adora. É um super quebra-galho.

- Avós incríveis: As avós da Oli não moram aqui pertinho (uma mora a 25 km de distancia e a outra a 250 km). Porém, sempre que podem dão um super mão com ela, com o maior prazer.

- Maridão companheiro: O marido sempre que pode ajuda também. Nos dias que consegue chegar mais cedo, participa do banho e do preparo do mamá e aos finais de semana não desgruda da pequena.

E com essa estrutura a minha vida se mantém super útil e produtiva. E sem babá.

A quesito de curiosidade: Eu continuo me exercitando, agora em companhia da Oli, com caminhadas no parque, ou com ela como sobrepeso para exercicios localizados. Agora que encerramos a dieta, pois a Oli está definitivamente na fórmula, saímos normalmente para almoçar e passear. E os finais de semana são de muito chamego por aqui, ou no clube, ou na casa de amigos e família.

Essa é a vida que sabíamos que teríamos e que escolhemos ter, a partir do momento que decidimos trazer a Oli ao mundo. E se isso é não ter vida, realmente não sei o que vida é.

Ainda em tempo: A Oli stá com 5 meses e por enquanto este esquema tem dado super certo. Pode ser que um dia eu precise ter ajuda especializada e aí a gente vê como faz.

E vocês, como estão se virando com seus pequenos?