Desde sempre, não apenas desde que me tornei mãe, fui franca
quanto ao que penso e sinto a respeito das coisas. Se me perguntam o que acho,
não vou mentir para agradar. Acho que já contei para vocês que o Palpiteca
surgiu como um blog de crônicas sobre as coisas que não me perguntam, mas sobre
as quais tenho opinião. Aí, com a maternidade, ele assumiu um papel de diário,
no qual compartilho experiências e sentimentos desse intenso universo materno.
Vezes os posts serão alegres e divertidos, vezes serão
informativos e outras serão sim mais duros e talvez tristes. Afinal, ele é um
retrato da minha vida enquanto mãe. E então, há algumas semanas me disseram que
os posts do blog vinham assumindo um ar muito melancólico. Imagino que seja
reflexo do último post. E veio a pergunta se eu estava triste, deprimida ou insatisfeita
com a minha vida atual.
De forma alguma! Pessoal, que fique muito claro: eu amo ser
mãe. Acho que se tem algo que faço bem é ser mãe, com todos os meus muitos
defeitos.
Eu adoro acordar de manhã e correr para pegar a Oli na
caminha, e encontra-la com aquele sorriso manhoso e satisfeito por me ver, com
olhos ainda apertados tentando se acostumar com a claridade do dia.
Eu me divirto em ter que narrar tudo o que faço para ela e
saber que dessa forma ela aprende novas palavras e entende como as coisas
funcionam.
Eu acho sensacional entender que o paladar dela se
desenvolve mais a cada dia e que ela está aprendendo a sinalizar do que gosta
ou não, mesmo que isso signifique recusar um prato inteiro de comida.
Eu me encanto com cada palavra nova que ela aprende e mesmo
que a repita mil vezes seguidas eu me encho de alegria e orgulho por essa
conquista.
Eu vibro com cada peça de roupa que ela perde por estar
crescendo, mesmo sabendo que isso significa que logo ela não será mais o meu
bebê.
Eu me delicio em ver o quanto ela está se tornando uma
menina carinhosa, que faz carinho, dá beijo e abraça sem que alguém precise
pedir, e que demanda que nós sejamos assim também.
Eu faço questão de sentar no chão para brincar com ela e
acho muito gostoso observar como ela interage com os brinquedos ou mesmo
com o ambiente.
Eu me derreto quando no final de um dia agitado ela adormece
no meu colo, deixando a chupeta pendurada no lábio inferior e ainda solta um
leve ronco que sinaliza que o dia dela acabou.
E mesmo valorizando cada vivência que temos juntas, isso não
significa que eu não tenho maus momentos ao lado da Oli e que estes momentos
não me afetam. E é aqui que às vezes eu escolho para falar sobre eles. Apenas
não me levem à mal. Em um dia ruim pode não parecer, mas eu realmente amo ser
mãe.