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quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Sobre ser franca quanto a vida materna

Desde sempre, não apenas desde que me tornei mãe, fui franca quanto ao que penso e sinto a respeito das coisas. Se me perguntam o que acho, não vou mentir para agradar. Acho que já contei para vocês que o Palpiteca surgiu como um blog de crônicas sobre as coisas que não me perguntam, mas sobre as quais tenho opinião. Aí, com a maternidade, ele assumiu um papel de diário, no qual compartilho experiências e sentimentos desse intenso universo materno.

Vezes os posts serão alegres e divertidos, vezes serão informativos e outras serão sim mais duros e talvez tristes. Afinal, ele é um retrato da minha vida enquanto mãe. E então, há algumas semanas me disseram que os posts do blog vinham assumindo um ar muito melancólico. Imagino que seja reflexo do último post. E veio a pergunta se eu estava triste, deprimida ou insatisfeita com a minha vida atual.

De forma alguma! Pessoal, que fique muito claro: eu amo ser mãe. Acho que se tem algo que faço bem é ser mãe, com todos os meus muitos defeitos.

Eu adoro acordar de manhã e correr para pegar a Oli na caminha, e encontra-la com aquele sorriso manhoso e satisfeito por me ver, com olhos ainda apertados tentando se acostumar com a claridade do dia.

Eu me divirto em ter que narrar tudo o que faço para ela e saber que dessa forma ela aprende novas palavras e entende como as coisas funcionam.

Eu acho sensacional entender que o paladar dela se desenvolve mais a cada dia e que ela está aprendendo a sinalizar do que gosta ou não, mesmo que isso signifique recusar um prato inteiro de comida.


Eu me encanto com cada palavra nova que ela aprende e mesmo que a repita mil vezes seguidas eu me encho de alegria e orgulho por essa conquista.

Eu vibro com cada peça de roupa que ela perde por estar crescendo, mesmo sabendo que isso significa que logo ela não será mais o meu bebê.

Eu me delicio em ver o quanto ela está se tornando uma menina carinhosa, que faz carinho, dá beijo e abraça sem que alguém precise pedir, e que demanda que nós sejamos assim também.


Eu faço questão de sentar no chão para brincar com ela e acho muito gostoso observar como ela interage com os brinquedos ou mesmo com o ambiente.

Eu me derreto quando no final de um dia agitado ela adormece no meu colo, deixando a chupeta pendurada no lábio inferior e ainda solta um leve ronco que sinaliza que o dia dela acabou.


E mesmo valorizando cada vivência que temos juntas, isso não significa que eu não tenho maus momentos ao lado da Oli e que estes momentos não me afetam. E é aqui que às vezes eu escolho para falar sobre eles. Apenas não me levem à mal. Em um dia ruim pode não parecer, mas eu realmente amo ser mãe.

terça-feira, 1 de setembro de 2015

O que eu faria diferente

Quando nos tornamos mães, são poucas as chances que temos de parar e pensar antes de agir. Se você for uma pessoa impulsiva como eu, então, pior ainda. E aí, muitas vezes depois de agir é que vem o estalo de que daria para fazer algo diferente. Alguns chamam de arrependimento, outros de esclarecimento.

Olhando para trás, revendo posts antigos e lembrando deste quase 1 ano e meio que passou desde o nascimento da Oli, me dei conta que se pudesse, faria algumas coisas diferentes. E essa listinha parte de uma processo de avaliação interno meu. E acho super válido dividir com vocês.

Aqui vai:

- Eu ousaria mais. Sim, porque a chegada da Oli, que nunca foi um bebê fácil, me fez retrair. Eu diminuí o ritmo e nos fechei numa rotina que era confortável para mim.

- Eu sairia mais. Por conta da alergia alimentar da Oli eu evitava sair com ela com medo que ela pudesse ter reações. E isso tornou a maternidade em algo um pouco pesado e muito solitário para mim no primeiro ano.


- Eu dividiria mais. Nos primeiros meses da Oli eu a puxei muito para mim. Evitava pedir ajuda, não delegava nada que fosse dela, não gostava de outras pessoas a pegando no colo (com isso eu aprendi a fazer muuuuuitas coisas com uma mão só) entre outras coisas. No final das contas eu ficava super cansada, sendo que tinha um monte de gente mega disposta a aliviar meu lado. OU seja, não precisava ser assim.

- Eu confiaria mais nos meus instintos. Minha sogra uma vez disse algo como “a ignorância pode ser uma benção”. E ela tem razão. Hoje em dia com tanto acesso a informação, a gente acaba anulando a nossa intuição para confiar no que está nos livros ou sites por aí.

- Eu me divertiria mais. Hoje eu realmente me divirto com a Oli. Sim, tem dias que são o caos. Porém, no geral é como ter ao lado uma amiguinha que está louca para aprender e se divertir 100% do tempo. E no começo, eu vivia preocupada e fazer as coisas acontecerem e registrar estes momentos em vez de simplesmente vive-los.


- Eu me desconectaria mais. Rá, mãe blogueira dizer que se desconectaria mais é piada. Porém, é verdade. A maior parte do tempo estou com o celular na mão para acompanhar o que acontece nas minhas plataformas, ou para conseguir captar o momento perfeito e esqueço que tem alguém do meu lado que tudo que quer é vivenciar este momento comigo.

- Eu cuidaria mais de mim. As vezes a gente acha que se entregar totalmente à maternidade é abrir mão de coisas que a gente gosta de fazer. Pois não é. A gente até cede aqui e ali, mas se anular, não faz parte do pacote. E eu me descuidei mesmo. E agora estou correndo atrás do prejuízo.


- Eu tentaria me controlar mais. Comecei dizendo que ousaria mais e estou aqui dizendo que me controlaria mais. A questão é que como eu vivia cansada e como os nervos à flor da pele, não foram poucas as vezes que fui indelicada com pessoas queridas. E são coisas que não tem como voltar atrás mesmo.

Em termos práticos, e mais materiais, também queria fazer um monte de coisa diferente, mas isso é assunto para outro post.


E vocês, o que fariam de diferente?