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quarta-feira, 11 de março de 2015

A quem possa ajudar

Nos meus últimos encontros com minhas amigas mães (principalmente as de 1ª viagem, como eu), um assunto tem sido recorrente: Meu marido não me ajuda.

Eu, inclusive, já dividi com vocês que às vezes bate um sentimento de injustiça quando me dou conta que o maridão tem muito mais liberdade do que eu no que tange seu “tempo livre” – ele vai a happy hours sem precisar se planejar todo, mantem a rotina da natação, lê o jornal, entre outras coisas. Porém, não posso reclamar, pois ele me ajuda pacas. Até hoje é ele quem assume as panelas da casa aos finais de semana para que eu dê conta das coisas da Oli.

E aliás, ele se superou no início, pois era ele quem dizia: Teca, se você precisa de ajuda, você precisa me dizer. E eu, querendo ser a melhor mãe do mundo, que dá conta e não precisa de ninguém, deixava sempre a coisa chegar num ponto tão crítico, que quando eu pedia a ajuda dele, já não sabia mais para o que seria. E isso era frustrante para os dois – ou melhor, três, incluindo a Oli.

Ai, vem um ponto: muitos maridos não ajudam, porque a ajuda deles não é solicitada. E quando digo solicitada, é isso mesmo. Homens, no geral, são seres práticos e objetivos. Diferentes de nós, eles dificilmente intuem ou deduzem que precisamos de ajuda. Ainda mais quando parecemos dar conta. Então, para ter ajuda, é bom começar a pedir.

Bom, se você for um pai/marido, vale lembrar que também não custa nada oferecer ajuda, mesmo quando parece que a mãe está com tudo sob controle. Vale qualquer ajuda: lavar mamadeiras, fazer o almoço, comprar alguma coisa que esteja faltando (em vez de ficar lembrando a mulher do que precisa ser comprado), ficar com o bebê para que ela possa fazer algo que ela goste... Como diz o ditado: Happy Wife, Happy Life (Esposa feliz, vida feliz).

Voltando às mães: para pedir ajuda, também é preciso estar preparada para aceita-la. Esse é meu maior problema. Sou controladora e perfeccionista. Inúmeras vezes me vi corrigindo o marido, ou qualquer pessoa que esteja com a Oli na forma de lidar com ela. E isso atrapalha. Não só a pessoa que está disposta a nos ajudar, como também a nós mesmas, que não podemos desfrutar da ajuda para fazer outras coisas.

Lembro que a primeira vez que deixei a Oli com o pai, foi para ir ao casamento de uma amiga querida, e a Oli estava com quase 5 meses. E infelizmente, eu ainda não estava preparada. Sei disso, porque não aproveitei nada a festa. Fiquei grudada no celular, bombardeando o marido no whatsapp para garantir que estivesse tudo bem em casa. E estava. E eu perdi uma festa deliciosa, porque não soube desapegar.

Porém, foi uma ótima experiência. Aos poucos, fui desencanando mais. Ai, outro dia a deixei com ele para ir ao cabeleireiro (coisa muito rara). Outra para ir jantar com minhas amigas e por ai foi.

O mais legal foi ver que ele estava contente em poder me ajudar. E o quanto isso aproximou ele e a Oli. Eles são o maior grudinho. (momento awnnnn... meu coração dispara só de lembrar dos dois juntos)


E não importa se você não trabalha fora, se tem babá ou se a criança vai para escola. Isso não desmerece ou anula a sua necessidade de ajuda paterna. É sempre bom ter em mente que o filho é de responsabilidade dos pais e das mães. E o dever de cuidar, educar e fazer dele um ser realizado e feliz é de ambos.

Aliás, até falo para vocês que por muito tempo eu me sentia mal por ficar com uma certa invejinha do marido e da liberdade dele. Poxa, ele me ofereceu a oportunidade de poder cuidar integralmente da coisa mais preciosa que temos, acompanhar cada nova descoberta, enquanto ele fica lá no escritório ralando para nos manter, e eu aqui emburrada porque ele continua indo nadar a noite sempre que pode.

Ai caiu a ficha: a sortuda da história sou eu. Que além desse enorme privilégio, ainda posso ter um tempinho para mim sempre que eu peço a ajuda dele.

Então vamos combinar: quem quer ajuda precisa pedir. E em muitos casos, exigir. Porém, reclamar sem ao menos tentar, não adianta nada, né?

E Marido, super obrigada por tudo! 

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