Nos meus últimos encontros com minhas amigas mães
(principalmente as de 1ª viagem, como eu), um assunto tem sido recorrente: Meu
marido não me ajuda.
Eu, inclusive, já dividi com vocês que às vezes bate um
sentimento de injustiça quando me dou conta que o maridão tem muito mais
liberdade do que eu no que tange seu “tempo livre” – ele vai a happy hours sem
precisar se planejar todo, mantem a rotina da natação, lê o jornal, entre
outras coisas. Porém, não posso reclamar, pois ele me ajuda pacas. Até hoje é
ele quem assume as panelas da casa aos finais de semana para que eu dê conta
das coisas da Oli.
E aliás, ele se superou no início, pois era ele quem dizia:
Teca, se você precisa de ajuda, você precisa me dizer. E eu, querendo ser a
melhor mãe do mundo, que dá conta e não precisa de ninguém, deixava sempre a
coisa chegar num ponto tão crítico, que quando eu pedia a ajuda dele, já não
sabia mais para o que seria. E isso era frustrante para os dois – ou melhor,
três, incluindo a Oli.
Ai, vem um ponto: muitos maridos não ajudam, porque a ajuda
deles não é solicitada. E quando digo solicitada, é isso mesmo. Homens, no
geral, são seres práticos e objetivos. Diferentes de nós, eles dificilmente
intuem ou deduzem que precisamos de ajuda. Ainda mais quando parecemos dar
conta. Então, para ter ajuda, é bom começar a pedir.
Bom, se você for um pai/marido, vale lembrar que também não
custa nada oferecer ajuda, mesmo quando parece que a mãe está com tudo sob
controle. Vale qualquer ajuda: lavar mamadeiras, fazer o almoço, comprar alguma
coisa que esteja faltando (em vez de ficar lembrando a mulher do que precisa
ser comprado), ficar com o bebê para que ela possa fazer algo que ela goste... Como
diz o ditado: Happy Wife, Happy Life (Esposa feliz, vida feliz).
Voltando às mães: para pedir ajuda, também é preciso estar
preparada para aceita-la. Esse é meu maior problema. Sou controladora e
perfeccionista. Inúmeras vezes me vi corrigindo o marido, ou qualquer pessoa
que esteja com a Oli na forma de lidar com ela. E isso atrapalha. Não só a
pessoa que está disposta a nos ajudar, como também a nós mesmas, que não
podemos desfrutar da ajuda para fazer outras coisas.
Lembro que a primeira vez que deixei a Oli com o pai, foi
para ir ao casamento de uma amiga querida, e a Oli estava com quase 5 meses. E
infelizmente, eu ainda não estava preparada. Sei disso, porque não aproveitei
nada a festa. Fiquei grudada no celular, bombardeando o marido no whatsapp para
garantir que estivesse tudo bem em casa. E estava. E eu perdi uma festa
deliciosa, porque não soube desapegar.
Porém, foi uma ótima experiência. Aos poucos, fui
desencanando mais. Ai, outro dia a deixei com ele para ir ao cabeleireiro
(coisa muito rara). Outra para ir jantar com minhas amigas e por ai foi.
O mais legal foi ver que ele estava contente em poder me
ajudar. E o quanto isso aproximou ele e a Oli. Eles são o maior grudinho. (momento awnnnn... meu coração dispara só de lembrar dos dois juntos)
E não importa se você não trabalha fora, se tem babá ou se a
criança vai para escola. Isso não desmerece ou anula a sua necessidade de ajuda
paterna. É sempre bom ter em mente que o filho é de responsabilidade dos pais e
das mães. E o dever de cuidar, educar e fazer dele um ser realizado e feliz é
de ambos.
Aliás, até falo para vocês que por muito tempo eu me sentia
mal por ficar com uma certa invejinha do marido e da liberdade dele. Poxa, ele
me ofereceu a oportunidade de poder cuidar integralmente da coisa mais preciosa
que temos, acompanhar cada nova descoberta, enquanto ele fica lá no escritório
ralando para nos manter, e eu aqui emburrada porque ele continua indo nadar a
noite sempre que pode.
Ai caiu a ficha: a sortuda da história sou eu. Que além
desse enorme privilégio, ainda posso ter um tempinho para mim sempre que eu
peço a ajuda dele.
Então vamos combinar: quem quer ajuda precisa pedir. E em
muitos casos, exigir. Porém, reclamar sem ao menos tentar, não adianta nada,
né?
E Marido, super obrigada por tudo!
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